TÁ TODO MUNDO DOENTE!

Primeiro eu achei que a gripe aviária havia chegado ao Brasil, afinal todos parecem estar doentes. Pode olhar por aí: os hospitais estão cheios, as pessoas tossem, a popularidade do Lula sobe, a banda Calypso faz sucesso...Só pode ser uma epidemia! Pesquisando cuidadosamente, eu descobri que se trata de uma epidemia de estupidez. E como toda epidemia, temos um agente contaminador poderoso e que se dissemina rapidamente. E, pasmem, a culpa não é de um mosquito nem de uma bactéria. É uma revista. A REVISTA CARAS! Ela é a transmissora do que eu chamo de “Síndrome de imbecilidade aguda de Bayer” (O "Bayer" foi só para ficar bonito...). Perto dela, a gripe aviária é um soluço.

Como funciona a epidemia
Epidemias geralmente se disseminam em locais sujos e miseráveis. Mas o aspecto mais assustador da revista Caras é que ela prefere contaminar ambientes considerados como oásis de bem estar: salões de beleza e recepções dos consultórios de médicos, dentistas e laboratórios de exames. O sujeito vai tomar vacina contra dengue e sai contaminado por matérias com a Hebe Camargo! É diabólico! Bancas de jornal também são focos perigosíssimos deste e de outros transmissores de doenças similares (“Contigus debiloidis” e “Istoégentes malignus”, por exemplo).

Sintomas da doença
Primeiro surgem os sintomas físicos mais comuns de estupidez, como baba incontrolável e a inevitável incapacidade de tomar sorvete sem sujar a testa. Mas a coisa piora: a vítima começa a sonhar com castelos, recepções para 200 convidados e sente uma vontade incontrolável de gastar o seu salário em talheres de prata. Depois há uma perda total de contato com a realidade. Sasha e Cléo Pires tornam-se mais importantes do que a própria família. Em estado avançado, o paciente acha que até a Angélica é talentosa. Depois disso, o cérebro da vítima simplesmente vira pudim.




Como combater
O primeiro passo é combater a venda indiscriminada da revista em bancas. Depois, deve-se trocar as revistas Caras encontradas nas recepções por leituras mais construtivas. Ok, não precisa apelar: manicures não vão ler Nietzche e James Joyce. O "Pequeno Príncipe" pode ser um começo. Reserve as edições de “Caminho Suave" para os casos graves.

O melhor mesmo seria combater a origem da doença e cortar a fonte de notícias cretinas. Ou seja: Baygon na Luana Piovanni e no Tom Cavalcanti! Não é difícil combater a doença. Basta atraí-los para uma ilha deserta. Criando um mega evento com uma ala VIP gigante e despesas pagas em uma ilha distante, todos aparecem (esse povo adora um canapé grátis). Depois, cerque a ilha e despeje o inseticida. Ou, se quisermos economizar, é só deixar a turma se virar sozinha. Talvez partam para o canibalismo (Se o Ed Motta estiver por lá vai sobrar comida...), talvez fundem uma tribo. Quem sabe daqui a mil anos eles não saem da Idade Média?