COMO É A VIDA NO INFERNO?

A assessoria da Walter Carrilho INC informa:
Recentemente, o repórter Walter Carrilho passou alguns momentos em estado de morte clínica. Durante essas angustiantes horas, ele foi ao inferno, de onde voltou com um chocante relato sobre como é a vida na casa do coisa ruim.

-Para chegar ao inferno é preciso usar um elevador. E como em todo elevador, tem música ambiente.
-Música ambiente: Simone cantando “Então é natal”.
-Na recepção, ao invés de uma loira gostosa de minissaia, eu encontrei a Zezé Macedo. De minissaia!
-São 3 tipos de suíte para a moradia eterna: “Morro do Alemão”, “Febem” e “Quarto da Dercy Gonçalves”, reservado aos condenados do tipo barra-pesada: assassinos, Maluf e vendedores de pamonha (ok, a Dercy Gonçalves ainda não morreu, mas o povo lá gosta de se adiantar).
-Alguns quartos já estão reservados. Gugu Liberato e ACM já têm as suas suítes prontinhas.
-Para arranjar os melhores quartos é preciso fazer amizade com a irmã do diabo em pessoa. Não é difícil reconhecê-la. Ela é a cara da Maria Bethânia.
-Os quarto até que são bonitos, mas todos os móveis são criados por designers modernos. Ou seja, sofás quadrados e cadeiras sem encosto. São chi-qué-té-si-mos, mas acabam com as suas costas.
-Você tem acesso a várias comodidades da vida moderna. Tem direito a geladeira, tv e telefone.
-Na geladeira só tem Nova Schin.
-Na Tv, só replays do jogo “Brasil x Itália “ na copa de 82.
-O telefone não funciona.

-Se funcionar você vai ouvir uma voz te avisando: “Um momento. Sua ligação é muito importante. Vamos estar passando o senhor para a central de atendimento.“
-Enquanto espera, você ouve Fagner cantando “Coração alado”. E a espera é eterna.
-O inferno tem muitos museus. Todos estão ocupados com uma mesma exposição (“Eu profundo - visões entrópicas da nova geração da arte contemporânea”).
-Os cinemas exibem o mesmo filme todo dia: “O Guarani’, da Norma Benguell.
-Não adianta reclamar do inferno. O setor de atendimento ao condenado só tem ex-funcionários de repartições públicas brasileiras. A fila é enorme e eles sempre pedem aquele carimbinho a mais...

Felizmente eu voltei à vida e aqui estou. Só sei que, desde que voltei, toda vez em que eu abro o jornal eu acho que estou no inferno novamente. Na verdade é um pouquinho pior. Qualquer dia eu peço asilo político por lá.