ONDE SE ESCONDER?

Excluindo os deputados, que estão todos saltitantes de alegria, tem muita gente com medo de dançar com essa onda de escândalos. Até o Palocci dançou. Se você é um suspeito e não tem um Ministro da Justiça para segurar as pontas (certo, presidente?), o jeito é se esconder. Mas como fazer para fugir do longo braço da lei? Eu fiz um levantamento de lugares onde os fugitivos podem se esconder sem risco de serem descobertos. Anote aí:

Alternativa 1:
Um festival de medalhões do cinema cabeça brasileiro é sempre uma boa. Toda semana tem um. Basta procurar um centro cultural ou cineclube (cuidado para não pisar nos artistas plásticos que se espalham em volta). Festival Walter Hugo Khouri, por exemplo. Só moscas aparecem. Ou mendigos masoquistas aproveitando o ingresso grátis. Estudantes malas de cinema ainda agüentam, mas pode ficar tranqüilo: se eles abrirem o bico não tem perigo. Ninguém dá bola para cineasta amador.

Alternativa 2 :
Procure por um fã-clube heterossexual de Maria Bethânia. Deve ser difícil de encontrar um. Mas se você conseguir, vá fundo. Vai estar vazio, pode crer.

Alternativa 3:
Dentro de um livro de poesias do Arnaldo Antunes. É preciso ser um produtor de desfile de alta moda para perder tempo comprando um troço desses. Pessoas em processo de alfabetização (“Vovó viu a uva/ A vulva é da vovó”) também podem se interessar. Mas normalmente ninguém compra. Se comprar é só para fazer bonito na decoração da sala, deixando em cima da mesa de centro, ao lado de um catálogo de porcelana chinesa. Você vai ficar quentinho no meio das 200 páginas gastas com poesias padrão “mobral”.

Alternativa 4:
Show do Marcelo D2. Não estranhe a dica. Shows como esses costumam ficar lotados, eu sei. Mas a platéia está tão chapada que ninguém vai dar bola para você. No máximo vão te confundir com alguém. Talvez com o Bob Marley.

Alternativa 5:
“Dentro” da Heloisa Helena. Ninguém entra ali há muuuito tempo.