O HOMEM QUE FALAVA DJAVANÊS
Djavan é o cara responsável por versos como “Açaí, guardiã, zum de besouro, um imã”, que geram dezenas de monografias em cursos de letras e algumas câimbras no meu duodeno. Pois ele está de disco novo: “Matizes”. E para homenagear esse “poeta”, escrevi este texto em Djavanês.
Cacatua, sol da manhã, um suco de maçã. Neste novo disco, Djavan, este filho do luar, revoada de pombos, araçá, Zimbabwe, inovou. Na canção “Imposto”, ele mostrou o seu lado indignado e engajado, parangolê, maracujá, nuvem no céu, em uma crítica à carga tributária:
“IPVA, IPTU / CPMF forever / É tanto imposto / Que eu já nem sei!. (...) Eles nem tchum”
O “nem tchum” é, obviamente, fruto de alguma influência parnasiana. Bumba meu boi, meu rei, meu oi. No próximo disco ele promete musicar uma medida provisória, ou fazer uma crítica à cotação do dólar. Seu olho, repolho, alegria de ser. Deputados, intelectuais e economistas não convencem o governo. Mas nada mais assustador do que um músico de MPB “revoltado”. Se eu fosse ministro, abolia o ICMS. Só de medo.
O mais legal em Djavan, esse iansã, calor, grão de areia no ar, é que ele anima qualquer imbecil a ser compositor. Vejam o meu caso: musiquei a minha lista de compras. Ficou assim:
“Arroz, ovo e canela / Mate-leão/ tomate, berinjela/ sal e um monte de pão”.
Cacatua, sol da manhã, um suco de maçã. Neste novo disco, Djavan, este filho do luar, revoada de pombos, araçá, Zimbabwe, inovou. Na canção “Imposto”, ele mostrou o seu lado indignado e engajado, parangolê, maracujá, nuvem no céu, em uma crítica à carga tributária:
“IPVA, IPTU / CPMF forever / É tanto imposto / Que eu já nem sei!. (...) Eles nem tchum”
O “nem tchum” é, obviamente, fruto de alguma influência parnasiana. Bumba meu boi, meu rei, meu oi. No próximo disco ele promete musicar uma medida provisória, ou fazer uma crítica à cotação do dólar. Seu olho, repolho, alegria de ser. Deputados, intelectuais e economistas não convencem o governo. Mas nada mais assustador do que um músico de MPB “revoltado”. Se eu fosse ministro, abolia o ICMS. Só de medo.
O mais legal em Djavan, esse iansã, calor, grão de areia no ar, é que ele anima qualquer imbecil a ser compositor. Vejam o meu caso: musiquei a minha lista de compras. Ficou assim:
“Arroz, ovo e canela / Mate-leão/ tomate, berinjela/ sal e um monte de pão”.
Estou pensando em chamar essa música de “Carrefour”. Flor no orvalho, lamour, sabor de mel. Acho que vai bombar.
Marcadores: Dicas culturais estupidamente sinceras
32 Comments:
Socorro!!! Baixou o Carlinhos Brown no cara!!!!!
(Ué, é Djavan? Puxa, é que os dois são tão parecidos...)
Tio Walter, deixa eu publicar na íntegra?
Desculpe Walter
Mas eu não me acho inteligente o suficiente para comentar nada que se refere a Djavan; é muito elaborado para mim. Minha modesta cultura não chega a tanto;
Nessa eu passo.
abs
Meu, se essas partes em itálico são mesmo "versos" do cabra, danou-se de vez. Supositório de sabão nele!
Sobre seu texto em djavanês, não chegou lá. Desculpe, mas entendi tudinho.
Abrasso
hahahhahhahahhahahahahhahahhahahha, Carrefour, ótimo nome para canção, coração, um pedaço de pão, meu irmão!
Maravilha de composição, Walter! Que lirismo engajado!
(Para a estréia de sua turnê, sugiro o Canecão...o saudoso Elymar Santos fez isso e se deu bem!)
Walter,
Perdeste a chance de usar o verbo Caetanear, hehe.
Grande abraço.
A sensibilidade intrínseca verte sobejamente das refrências naturais e cotidianas, nos remete aos mais variados MATIZES possíveis, da tão peculiar e exótica atmosfera tropical. Djavan se fez um dos maiores poetas e musicistas da contemporaneidade traduzindo o sentimento de relaxamento desleixado em ares...
Vou parar por aqui mas em breve continuo minha minuciosa análise da obra deste soberbo músico/poeta.
Caro Senhor,
Como representante da imprensa marrom, golpista e contra-revolucionária o senhor jamais entenderia as mensagens subliminares contidas nas letras desse grande poeta, gênio bolivariano, supermeigo Djavan.
Saiba pois, que a cada nova composição desse deus da prosopopeia, estamos enviando mensagens de otimismo à militantes dos quatro cantos da terra.
Outros também nos ajudam cifrando palavras de ordem em suas obras como é o caso de Paulinho Pedra Azul.
Segue um trecho : "Bem te vi/voar por um jardim em flôr/chamando os bichos de amor/sua boca pingava mel"
Usamos isso para alertar certos militantes que estão chamando a atenção pela sua inversão sexual e caso não entre na linha, acabará sangrando com os dentes quebrados pelo tacão de nossa censura.
Simples e eficiênte, não acha?
Passar bem.
muito zumzumzum pra pouco zazuêra!
Walter, meu caro, você percebe que esse texto, essa pequena jóia literária (aimeudeus, sempre quis usar essa expressão!) que acaba de produzir o qualifica para membro da academia brasileira de letras, não? Vai lá reclamar o seu lugar! Acho que os acadêmicos ganham um trocado pra ficar lá o dia todo tomando chá e fazendo votação pra decidir como aprimorar aquela roupitcha escrota! Vida mansa, mané!!
hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahah...Ganhei a sexta / besta/ cansada/mal amada, meu rei!!
kisacu
Cara, só tenho uma coisa a dizer: você é o melhor!!!
Sou tua fã! (na boa... rs)
Putz, li este texto lá no Treta e ri muito!
hehehe
=D
"Carrefour" não, Walter. Isso é imperialismo cultural estrangeiro pós-moderno! Mas você está no caminho certo da MPB. Só falta inflar seu ego até Júpiter.
Abraços!
Sei que o assunto não é esse, mas não posso ver esse ser para imediatamente lembrar-me do nome Walter Carrilho. Taí: http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI1948340-EI1118,00.html . Céus... como diria o pessoal do Pânico: e o Kiko!!!
Porra, já li o texto sete vezes.
Ri em todas.
Estou precisando dar um upgrade na minha vida sexual.
caraca... fico imaginando o que escreveu no original antes de traduzir.
tuas críticas culturais estão cd vez melhores..gostei do djavanês no seu texto e acho q vc pode experimentar a msm técnica usando o estilo Arnaldo Antunes, outro baluarte da mpbosta.
bj
PQP ri pra caralho!!!! uhahuauhuha
Que lambada de serpente, hein?...rsrs
hahahahaha,essa foi boa Walter...mas precisa de um pouco mais de treino em djavanes,pq da par entender o seu texto...
Boua, a música!!!
Hehehehe....tá afiadinho tá?
O pior de tudo é que, entre meus colegas de trabalho (perdão, seu Sílvio!), pega mal não gostar do Djavan.
Professor é uma raça maldita, mesmo.
Só uma palavra: E S P E T A C U L A R !!!!!!!!!!!!!
Hahahahahhahahahha.....
Ficou do cacete!
Disco de platina a ser entregue no Domingão do Faustão!
Abs
impagável, hilário, ...
Genial,Walter.
Absolutamente certo o que foi dito sobre Djavan.
Ele ainda criou o verbo "caetanear",né?
Djavan e Caetano são gêmeos siameses,só pode...
Valeu.
Sensacional, meu amigo!!!
Fazia um tempo que eu não passava por aqui - não por vontade própria, mas por causa do BigBrother daqui do trampo. Vi esse texto no TRETA e vim correndo.
Do Carrilho!!!
hahahaahaahhahahahahahahhahaha
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