AMÉM, ESCRITORES!
O Brasil é um país sem muita afeição à leitura. Não é à toa que a maior festa literária do país, a FLIP, é feita em Paraty. É mais seguro manter os escritores longe das metrópoles e da maioria da população. Afinal, eles podem tentar dar livros aos nativos. De qualquer forma, a FLIP é um sucesso. Não sei muito bem o porquê. É preciso ser muito CDF para ir até Paraty, uma das cidades mais charmosas do país, para acompanhar palestras e debates com escritores, um troço que é chato em qualquer lugar. Eu acho melhor ficar no boteco, tomando cerveja e olhando o mar.
Nada contra escritores. Temos alguns muito bons em nossa história. Mas, ultimamente, os escritores brasileiros, salvo poucas exceções, não sabem o que escrever. Com tantos assuntos para abordar, eles insistem em escrever aqueles contos com truques baratos do realismo fantástico e histórias existenciais estreladas por professores de filosofia que descobrem o sentido da vida em um café de Paris.
Claro, também existem bons escritores na FLIP. Mas, como bons nativos, a gente baba nas meias de qualquer um que saiba juntar sujeito e predicado em uma frase. Escrever e, céus, publicar!, é quase um super-poder. O povo não vai para FLIP para aprender alguma coisa, mesmo porque, não dá para se animar com um evento que coloca Lobão para falar como poeta, ou que tem um debate com o título "Futuro do presente”. O lance é ir até a ilha para fazer salamaleque para esses seres divinos. Ou, quem sabe, pedir a bênção, um milagre, coisas do tipo. “Fernando Morais, o senhor pode abençoar o meu livrinho de poemas?”
Amém.
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E na Folha de São Paulo saiu essa nota: a cenógrafa Bia Lessa alugou um ônibus para levar a sua turma para a Flip. Ritmistas, o poeta Chacal e o músico Jorge Mautner fizeram parte da “galera”. Ainda segundo a nota, o ônibus tinha “dvds do Goddard para relaxar no caminho”. Ritmistas, um poeta e o Jorge Mautner? No mesmo ônibus? Vendo filmes do Goddard para “relaxar”??? Cruzes, se estivesse no ônibus eu ia torcer para ele despencar serra abaixo.
Nada contra escritores. Temos alguns muito bons em nossa história. Mas, ultimamente, os escritores brasileiros, salvo poucas exceções, não sabem o que escrever. Com tantos assuntos para abordar, eles insistem em escrever aqueles contos com truques baratos do realismo fantástico e histórias existenciais estreladas por professores de filosofia que descobrem o sentido da vida em um café de Paris.
Claro, também existem bons escritores na FLIP. Mas, como bons nativos, a gente baba nas meias de qualquer um que saiba juntar sujeito e predicado em uma frase. Escrever e, céus, publicar!, é quase um super-poder. O povo não vai para FLIP para aprender alguma coisa, mesmo porque, não dá para se animar com um evento que coloca Lobão para falar como poeta, ou que tem um debate com o título "Futuro do presente”. O lance é ir até a ilha para fazer salamaleque para esses seres divinos. Ou, quem sabe, pedir a bênção, um milagre, coisas do tipo. “Fernando Morais, o senhor pode abençoar o meu livrinho de poemas?”
Amém.
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E na Folha de São Paulo saiu essa nota: a cenógrafa Bia Lessa alugou um ônibus para levar a sua turma para a Flip. Ritmistas, o poeta Chacal e o músico Jorge Mautner fizeram parte da “galera”. Ainda segundo a nota, o ônibus tinha “dvds do Goddard para relaxar no caminho”. Ritmistas, um poeta e o Jorge Mautner? No mesmo ônibus? Vendo filmes do Goddard para “relaxar”??? Cruzes, se estivesse no ônibus eu ia torcer para ele despencar serra abaixo.
Marcadores: jornalismo boçal
14 Comments:
Eles tentam se afastar para bancar uma elite, Walter. Bienal do Livro? Isso é muito povão. Intelectual gosta é de Parati. Mas até que eles têm bom gosto
Abração
Godard no ônibus! É para dormir? Eu quebrava o violino do Mautner na cabeça dele!
Dinheiro não traz felicidade , mas ajuda descobrir o sentido da vida mais rapidamente .
E não cometeram suicidio coletivo?
Putz, realmente, pouquissimas coisas sao tao chatas quanto Goddard... Mas eu curto o Chacal... Na real, nem sei, rir eh otemo! Mas nao sei se a critica como critica me move muito nao. A burguesia eh uma maravilha!
abrax
RF
Adorei o post; tinha até um blog de 2 jornalistas (da Globo) daqui de Recife, que estavam na FLIP contando os "babados" de lá. Eu acho válido esse tipo de evendo, tudo tem seu lado negativo tb né? Agora, Lobão? que é até apresentador da MTV? sei não viu. Paulo Coelho tava por lá? hahaha, se tivesse com certeza teria muito mais gente.
* Eu citei teu blog num post meu, falei tb da mesma coisa, mas não tirei teu mérito de me dar a luz da notícia... :P
Até!
Não sei do Fernando MOrais, mas se o Chico Buarque passar lá para falar alguma coisa sobre seus péssimos livros, vai ter fila de bolivarianos pedindo amén!
Faltou pouco para convidarem a escritora Bruna Surfistinha.
Paraty? Ilha?
É a mesma tchurma de sempre: o amigo indicado pelo amigo do amigo do amigo do editor do fulano. E fiquei pasma da "cobertura" que a Globonews deu! Será que tinha bênção do painho Pedro Sacal, digo, Bial? Ele já cometeu muito suas literatices. E para quê? Ser mestre de cerimônias do Alemão no BBB (Bundas, Burros e Bodosos).abraçs
maristela
Não achei a FLIP tão ruiim assim. Até gostei, na verdade, e esperava menos. Mandei uns posts de lá pelo celular. Depois confira, se puder. Gostei do blog.
Pra festa ficar completa, só faltava convidarem o Sarney e seus marimbondos chamuscados.
Comentando os comentários:
"Godard no ônibus! É para dormir?" e "Putz, realmente, pouquissimas coisas sao tao chatas quanto Goddard..." me chamaram a atenção. Repare que, se eu disser aqui algo como "- Nooossa, filmes do Goddard, que gente chata!", vai ficar parecendo que eu realmente sei o que são os filmes do Goddard, e mesmo que não tenha gostado, sou uma intelectual por sabê-lo! Não é o máximo a gente comentar em Blog??? Ei Walter, você realmente já assistiu um filme do Goddard? Tô perguntando pq a única pessoa que eu conheço que já assistiu a um filme do Goddard é a Mônica da canção "Eduardo e Mônica"!!!
O pior, patrícia, é que eu já assisti a uns 2 ou 3. Deve ter sido um barato ver nos anos 60. Hoje é um saco. É bacana falar mal de gênios que a intelectualidade cultua!
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