SEUS PAIS ADORAM JONAS BROTHERS.

Não sei se vocês notaram, mas os anúncios dos shows do Jonas Brothers vêm com bula e manual. Têm listas detalhadas dos objetos permitidos. Você pode levar frutas, desde que elas estejam cortadas – pois é, vão todos ter que pedir ajuda para a mamãe.

Já jornais e revistas são proibidos. Claro, nada pior para a molecada que acredita nesse papo de “irmãozinhos-artistas-e-do-bem” do que um pouco de realidade na cuca. E, óbvio, nada de drogas. De entorpecente já basta a música dos caras.

Esses anúncios não são direcionados aos espectadores, lógico. Foram feitos para tranqüilizar os pais. Assim eles podem abrir mais uma garrafa de Red Label (“Só para relaxar, o dia hoje foi duro”) enquanto seus pimpolhos usufruem de toda a divertida experiência de ser jovem, mas longe do contato com o lado negro da força: excessos, rebeldia e, Deus me livre, contestação.

O trio Jonas Brothers em recente show patrocinado pelas Fraldas Pamper.

Jonas Brothers, Restart, Hannah Montana e outras tralhas do tipo são produtos criados para tranqüilizar adultos. Assim, teoricamente, filhos que estão com os hormônios borbulhando nas veias direcionariam toda a energia para um consumismo barato e músicas inofensivas. O plano é perfeito. Mas, pais, acreditem: não dá certo.

Antes do casamento seus filhos ainda vão tatuar um palavrão na nuca e descobrir aquele cigarrinho com cheiro de Jamaica em algum sofá do grêmio estudantil. Foi assim com vocês também. Seus pais achavam que os Beatles eram inofensivos, mas depois veio aquela viagem até a Índia, o Bob Dylan, etc. E o resto foi só Lucy In the Sky with Diamonds.

Fica a dica: pais, relaxem. Quanto mais cedo seus rebentos despirocarem, melhor.