SÓ EU ESTOU DE FORA.
Esses escândalos de Brasília já não me espantam. O que me incomoda mesmo é a impressão de que, em breve, vou descobrir que só eu estou de fora de algum esquema de corrupção. Todos os outros 180 milhões de brasileiros estarão pendurados em algum esqueminha. Na atual velocidade com que novos escândalos surgem, o envolvimento de todos será apenas uma questão de estatística. Atualmente, tenho a impressão de que até o porteiro do meu prédio tem uma bocada em algum ministério.
O problema é que sou absolutamente inepto em atividades ilícitas. Na pior das hipóteses, sou capaz de atravessar a rua no farol vermelho. E olhe lá. Os Zuleidos e Marcos Valérios não têm esse problema. Fazem a bandalheira sem piscar um olho. Afinal, burlar a justiça é moleza. Com um advogado certo, é fácil incentivar a diarréia do judiciário, que costuma “soltar” tudo. Daqui a alguns meses, todos os envolvidos estarão abrindo as suas garrafinhas de champanhe em algum lugar da Riviera Francesa. Pouco tempo depois, toda a população brasileira, envolvida até os ossos na Operação *** (escolha o nome esdrúxulo que mais lhe agrada: “Gavião”, “Tamanduá-Bandeira”, “Navalha”, “Tesoura”, “Grampeador”...), também estará lá, rindo e comemorando o faturamento.
Só sobrará um otário por aqui: eu. Bom, pelo menos o trânsito vai melhorar um bocado...
O problema é que sou absolutamente inepto em atividades ilícitas. Na pior das hipóteses, sou capaz de atravessar a rua no farol vermelho. E olhe lá. Os Zuleidos e Marcos Valérios não têm esse problema. Fazem a bandalheira sem piscar um olho. Afinal, burlar a justiça é moleza. Com um advogado certo, é fácil incentivar a diarréia do judiciário, que costuma “soltar” tudo. Daqui a alguns meses, todos os envolvidos estarão abrindo as suas garrafinhas de champanhe em algum lugar da Riviera Francesa. Pouco tempo depois, toda a população brasileira, envolvida até os ossos na Operação *** (escolha o nome esdrúxulo que mais lhe agrada: “Gavião”, “Tamanduá-Bandeira”, “Navalha”, “Tesoura”, “Grampeador”...), também estará lá, rindo e comemorando o faturamento.
Só sobrará um otário por aqui: eu. Bom, pelo menos o trânsito vai melhorar um bocado...
PS: Ok, Juquinha. Pode ficar por aqui para fazer companhia. Mas vê se traz algo para comer. Restaurante aberto vai ser difícil de encontrar.
Marcadores: jornalismo boçal
13 Comments:
Sabe, às vezes me sinto um lixo por comprar o DVD piratex da Vivi ou por pagar um extra prá ser melhor atendido em qualquer repartição pública, tipo Detran, coisa muito corriqueira por aqui. É como se estivesse contribuindo prá essa corrupção generalizada e, se você não pratica pequenos atos como estes, acredite, você é mesmo o único... e não estou sendo sarcástico.
Eu Já pensei sobre isso e em breve estarei tomando uma atitude drástica
Abração
Walter,
Qualé mermão? Arruma uma teta e entra na folia, hehe.
Grande abraço.
Aí, Walter!
Não quero piorar sua auto-estima, mas você também foi único a não ser convidado pro casamento da Wanessa Camargo.
Tava todo mundo lá e você perdeu a chance de conversar com a Preta Gil, que, claro, tava lá.
Fico aqui titubeando em pensamentos qual será a profissão louvável da pessoa que escolhe os nomes para tais operações...
é bom te ler! =)
A Cássia levantou uma questão muito importante.Quanto será que esse indivíduo ganha ?
Epa, então sou o outro. Serei eu o jukinha?
Meu querido,
É isso. Já, já dirão que vc é a última virgem, incorruptível. Bela crônica. Maravilhosa!!!
Bjs no coração!
Ih ai,ai!
Também sou otário, nessa linha de pensamento...
=(
Pode contar com minha presença na lista de otários! Não consigo nem pegar troco errado...
Mas, Walter, haverá, no reino dos céus, compensações para os justos e pessoas que aqui sofreram!(gargalhadas sonoras)
Agora, falando sério(apesar de que, quando se fala sobre um assunto como esse com seriedade, temos que nos controlar para não chorar ou quebrar tudo), assim como Cláudio, muitas pessoas(inclusive eu) fazem pequenos atos ilícitos porque têm a oportunidade. Se você puder furar o semáforo você não o fará? Se você pudesse pedir uma propininha, não pediria? É o mesmo ato, só muda o nível de ação(que é diretamente proporcional à sua capacidade de fazê-lo).
Bem, até no colégio tem-se corrupção!
Mas essa é outra história!
Crio então a operação "Lápiz e Borracha":escrevendo e apagando!
Isto é Brasil: honestidade, há tempos, é sinal de otarice.
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