PERCAM AS ESPERANÇAS

Segundo as teorias de Dilbert, quanto mais alto o cargo de uma pessoa, menos ela sabe sobre o que acontece no local em que trabalha. Acho que isso vale para políticos. Lula foi aos EUA conversar com o Obama e as assessorias trataram logo de garantir que a crise mundial seria o tema principal. Mas, honestamente, quem é a lontra que ainda guarda esperanças de que o papo trará alguma solução?

Reuniões de líderes não têm lá muita utilidade. No último encontro em Davos, diplomatas afirmaram ter descoberto as causas da crise - seis meses depois dela ter começado (solução? Acho que só no próximo ano bissexto...). O Fórum Social Mundial, que é a mesma coisa que o encontro em Davos, mas com mais camisetas do Che Guevara, rendeu apenas um karaokê com Hugo Chavez. Em resumo: estamos lascados.

O que Lula pode dizer para Obama?“Obama, meu filho, resolve essa crise”? E o que Obama pode dizer para Lula, se os americanos ainda estão juntando os cacos? O máximo que podem fazer é, sei lá, trocarem receitas de moqueca.

Quais serão os resultados das reuniões? Não sei, mas aposto como vai ter mala cheia de miniaturas da estátua da liberdade vindo de lá. Talvez a Marisa traga um casaco novo, quem sabe? Se Obama for esperto, vai ter aprendido que a capital do Brasil não é Buenos Aires. E só. Entre líderes que chamam crise de marola e presidentes que dizem “Sim, nós podemos”, mas não sabem exatamente “o que”, sobra você e eu, com o ânus na mão.