quinta-feira, julho 31, 2008

ME VÊ AÍ UMA LIÇÃO DE MORAL COM FRITAS!

Alguém ainda vai chiar dizendo que eu faço campanha contra o cinema brasileiro. Não, crianças, não sou um "agente-imperialista-insensível-e-chupador-de-cérebros" trabalhando para Hollywood. Sou apenas um cidadão com uma tendência de dizer “Que porra é essa?” quando vejo filme com sinopse monga.

Um exemplo bacana: saiu mais um filme com cara de milkshake de sociologia misturado com Malhação. É o filme “Era uma vez” (puta nome, meu Deus...), do diretor Breno Silveira. O filme mostra um romance entre um honesto favelado que trabalha na praia e uma patricinha. Como diz a sinopse, é um “retrato da intolerância e dos abismos sociais que separam brasileiros”. Sim, mais um filme de ginecologista: fica dando "toque".

Pergunto: quando é que vão pagar alguma coisa para o cadáver de Shakespeare pelo uso indiscriminado da fórmula “Romeu Julieta com lances de Janete Clair”? E por que todos esses filmes ficam com aquela cara de “Desigualdade social for dummies”? Ok, “agenda positiva” é legal, mas se é para mostrar a “dura realidade”, o filme poderia ter uns ajustes.


Tipo assim: a garota seria uma estudante rica que acha pobre "tudo uma merda, saca?" Ela se apaixona por um traficante que a “pega no colo, a deita no solo e a faz mulher” (sacaram o discurso inteligente sobre os desejos carnais de nossa elite falida?). Depois os dois colocariam fotos no orkut com direito a armas e gestos de hang loose. Seria um clichê também, mas, putz, mais verdadeiro. Porque, convenhamos, favelado que se aproxima de dondoca na praia toma logo um cacete dos amiguinhos lutadores de karatê.

Se o problema é falta de idéias, titio Walter dá uma solução: façam logo uma versão das revistinhas da Turma da Mônica, que tal? Estão cheias de personagens unidimensionais e lições de moral bobocas. Do jeito que os nossos cineastas gostam. Com uma vantagem: tem o cebolinha falando errado. Com alguns toques de “Marx para crianças”, seria divertido. Já pensou? “Que melda, Mônica, isso é tudo culpa dessa sociedade pelvelsa e matelialista, não tá vendo, calalho?” Taí, esse eu ia ver...

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sexta-feira, julho 25, 2008

QUE TIME É TEU?

Muitos leitores já me perguntaram se eu sou de esquerda ou de direita. Difícil responder. Só consigo diferenciar um lado do outro quando bebo cerveja (o indicador da mão direita serve para abrir a lata; o da mão esquerda serve para provocar vômito).
Diz o ditado: “Se você não é comunista até os 18, você é um insensível. Se depois os 18 anos ainda é comunista, você é um idiota”. Não sei se eu acredito. Eu não era insensível antes dos 18 anos. Mas também nunca comi nenhuma criancinha (com exceção de baby-beef). Enfim, fico confuso. Depois dos dezoito passei a defender a socialização das coisas. Queria que socializassem o brioco da Juliana Paes. Não acho justo que apenas toda a torcida do Flamengo tenha acesso. Olha, acho que fui comunista durante um tempo, mas só para descolar cerveja grátis no diretório acadêmico.
Sempre fui um revolucionário. Aqui eu apareço durante a Revolução Francesa. Sou o quarto da esquerda para adireita, lá atrás, gritando "Fudeu, cambada!"

Mas também não sou capitalista. Não sei fumar charuto e não suporto camisa com jacarezinho. Mas posso dar um jeito de explorar crianças na China. Se o segredo do capitalismo é “todo mundo deve a todo mundo”, então eu sou um capitalista genuíno. Devo muito ao banco. Mas só me sentirei um verdadeiro capitalista quando a PF aparecer na porta com um mandado. Sei lá, talvez eu invista na bolsa para ver se descolo uma razão mais chique para ter um infarto. Mas tenho medo de virar capitalista e acordar com a cara do Armínio Fraga.

Quanto ao voto, sempre foi um problema. Votei no Lula uma vez, mas só porque se não votasse nele não comia mais ninguém. Também já votei em FHC, mas apenas porque que achei divertido votar em ex-maconheiro. O meu partido ideal teria candidatos como Mussum, Pedro de Lara e Walter Mathau, mas os três morreram, então fudeu.

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quarta-feira, julho 23, 2008

ALGUÉM PARA FALAR PALAVRÃO

Ok, com a morte da Dercy Gonçalves, quem vai fazer o papel da velha desbocada que não tem medo de mostrar as pelancas? Em um paizinho cujas estrelas não dispensam um galão de silicone ao pé da cama vai ser complicado achar alguém. Pelo critério “idade” daria Hebe Camargo na cabeça, mas ela precisa perder os pudores. Hebe, vai aprendendo: “cocô” e “bobinho” NÃO são palavrões. O melhor é falar “bosta” e “viado”.

E tem mais: quantas cirurgias o rosto da Ana Maria Braga ainda agüenta? 20? 30? Não existem muitas celebridades dispostas a assumir a idade. Gravidade é lei e não existe suborno na natureza. Um dia a casa cai e leva junto a cútis. Ana, vai aprendendo: “Isso aqui é uma pooooooorra!” Viu? É fácil. Agora só falta abdicar do botox. 2 litros a menos por ano já tá legal.

A Suzana Vieira também não casa com o papel. Ela teria que mostrar os peitos em um desfile de escola de samba. E para isso teria que achar os mamilos. Eles foram perdidos na última rodada de bisturi. Ouvi boatos dizendo que eles estariam na nuca, mas ninguém confirma.

E, por último, um lembrete: não basta ser velha e despencada. Dercy gostava de suruba e de homem. Maria Bethânia, se liga: você está fora.

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sexta-feira, julho 18, 2008

A WANESSA CAMARGO VALE UM LAPTOP?

O sinal de alerta da Agência Walter Carrilho de Notícias (uma empresa sem vergonha, mas com CNPJ) disparou. Saiu aí na Uol uma notícia que é a prova lapidada de que o “Mundo de Caras” é mesmo bisonho. Saca só:

A cantora (?) Wanessa Camargo decidiu distribuir laptops para as celebridades que comparecessem a um dos seus shows. Foi mico: apenas 4 apareceram (uma delas era o Bruno Gagliasso, mas, porra, isso conta?). O pior aconteceu depois: as celebridades não sabiam que ia rolar presentinho. Os vips que não foram tentaram se desculpar para ver se descolavam o mimo. Ficaram mor-di-dos.

Celebridades de baixa renda imploram por um mimo durante show de Roberto Carlos. A Legião da Boa Vontade já decidiu abrigar algumas delas. Vai fornecer rações de canapés e casacos de pele para combater a fome e o frio.

Você escolhe qual é a sua “moral da história” favorita:

-Show da Wanessa Camargo? Nem pagando.
-A elite artística brasileira pode ser chique, mas mantém o pé no sobradinho: se descabela por qualquer brinde. Vão comprar na Casas Bahia, bando de unha de fome ducaray!

A Wanessa marcou toca: se prometesse ficar de boca calada e sortear o seu sutiã a presença seria maciça. Ou vai dizer que ela faz sucesso pela “profundidade de suas canções”?

Eu? Assistir um show dela? Só se o presente for de Romannée Conti 1947 pra cima (14 mil doletas, tá bom, santa?).

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segunda-feira, julho 14, 2008

LADRÃO COM GRIFE É OUTRO ESQUEMA.

Calma, índios! Sem essa de ficar agitando os cocares só porque tem gente da grossa sendo enquadrada pela polícia federal. No esquema estica-e-puxa de nossa terrinha, a PF prende, o supremo libera e a patuléia acredita. Ok, é bacana ver gente como Celso Pitta e Naji Nahas indo para a cadeia, mesmo que seja só para pernoite. Mas ver o Daniel Dantas dar aquele sorriso estilo “Sou, mas quem não é?” dá um certo calafrio.

O pior mesmo é ver que tem gente do bando com mais de um milhão - em dinheiro vivo, cambada – separado em casa. É como guardar aquelas moedinhas para dar pro menino que carrega as compras. No caso do Dantas, é o trocado para agradar delegados. Quando a gente é sortudo descola um fiscal como amigo. Com essa turma é diferente. Eles vão direto aos ministros. Muita classe, não? É humilhante para nós, assalariados com cofrinho de porquinho em casa.

Tão humilhante quanto ter a certeza de que, se fosse no nosso caso, seríamos presos pela PM, debaixo de cascudos e em uma blitz qualquer, com direito a pé na porta e “mão na cabeça, elemento”. Com os malandros de grife tudo é muito elegante: a operação tem nome chique (Satiagraha, uma palavra em sânscrito, como lembrou o Ruy Goiaba), a PF bate na porta, pede licença e ainda dá tempo pro sujeito vestir o Armani. Nunca me senti tão plebeu.

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sexta-feira, julho 04, 2008

MUTCHO LÔCO

Esse lance do Rafael Ilha, ex-integrante do Polegar, é apenas um mal entendido. Todo mundo sabe que ele agora integra outro grupo, o Pó Legal** (junto com Maradonna, um certo ex-presidente narigudo e uns 15 ou 20 publicitários travadões). Usar roupa de policial e seqüestrar pacientes é prática comum em toda clínica – muito utilizada para casos de homens que passam por exame da próstata, por sinal. Foi só um lance criativo. Artista é mesmo assim, mutcho lôco.

Deveriam soltar o cara. Assim como acho que deveriam condenar a pequena Isabella pelo destroçamento do pobre casal Nardoni. Onde já se viu?
ps: piada infame by Mundo Canibal

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quarta-feira, julho 02, 2008

SENTA NO GAGLIASSO

Existem pessoas que parecem ter nascido para certos papéis. O ator Bruno Gagliasso (segundo colocado no concurso de nomes infelizes, logo abaixo das filhas da Baby Consuelo), por exemplo, está estrelando uma peça sobre o pintor Van Gogh. É tão adequado quanto colocar Tom Cavalcanti para interpretar Hamlet. Veja o que ele disse em uma entrevista:

"No começo da minha carreira muita gente falou "ihhhhh, alá, mais um". Hoje em dia sinto que as pessoas têm um respeito muito grande. Acho que com Van Gogh foi a mesma coisa, só que depois da morte. Ele foi um gênio da pintura, mas não vendeu quadros em vida. Nasceu para fazer arte, viveu fazendo arte e morreu por ela. Não me vejo fazendo outra coisa além de arte. Vivo dela e assim morrerei."

E tem mais. Perguntado se conhecia a obra do pintor, ele deu uma resposta que é, tipo, um-es-cân-da-lo:

"Resolvi ir para Nova York porque tem muita coisa de Van Gogh. Fui no dia de uma reinauguração de um museu e estava tendo uma homenagem ao pintor, você acredita? Então eu vi to-dos-os-qua-dros-de-Van-Gogh! Foi tipo, muita sincronicidade!"

Sim, Bruno foi uma ótima escolha. Agora estamos todos esperando que ele corte uma orelha e, tipo, morra. Quem sabe assim ele tem a sua arte, tipo, reconhecida? Uma foto dele com cara de girassol talvez valha 82 milhões de dólares daqui alguns anos. Tipo, muita sincronicidade!

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