sexta-feira, junho 26, 2009

XUXA É O NOSSO MICHAEL JACKSON?

Em homenagem ao Yoda do pop, que faleceu ontem, repriso um texto escrito em 2006 que prova que ele deixa "herdeiros" em nosso país.

É isso aí mesmo que está no título. Não estou delirando, mas eu acho que a Xuxa é o nosso Michael Jackson! Por “Michael Jackson” entenda-se o seguinte: celebridade milionária cujo egocentrismo crônico gerou uma personalidade fora da realidade. Os dois não batem muito bem dos miolos. Compare comigo:

Ambos tiveram tutores de dar medo. O pai do Jacka nunca foi flor que se cheire. A Marlene, além de ser sósia do corcunda de Notre Dame, controlava até o que a Xuxa comia. O auge do sucesso deles já foi, mas eles fazem o que podem para aparecer na mídia, que os trata como personagens de Sidney Sheldon: Jacka é o pedófilo que vive nos tribunais e a Xuxa é a “princesinha” que não consegue casar. Jacka foi acusado de molestar crianças. Xuxa fez um filme em que transa com um moleque (“Amor estranho amor”). O garoto deve estar trancado no banheiro até agora tentando acreditar.

Xuxa chama as crianças de “baixinhos”. Jacka prefere o termo “amiguinhos”. Os dois parecem crianças que não conseguem crescer. Em entrevistas, os dois também não são normais. Xuxa faz voz de dubladora de ratinho da Disney. Jacka parece um embaixador andrógino de Vênus.

Ambos moram isolados em mansões. Jacka montou um zoológico particular, enquanto Xuxa tem um cinema dentro de casa. Apesar de ricos, famosos e atraentes (no caso do Jacka, isso só vale para o período antes das 3.205 cirurgias), eles sempre tiveram dificuldades de manter algum relacionamento e precisam recorrer a cobaias para procriar. E “procriar” é a palavra certa, pois há quem acredite que nem sexo rolou nos dois casos. Os filhos se tornaram objetos: Jacka balançou um dos seus bebês na sacada de um prédio. Para a Xuxa, a Sasha deve ser pouco mais do que uma Barbie que fala e suja as calças.

Ah, sim: tirando a Playboy da Xuxa e os primeiros discos de Michael, eu acho que eles já não fazem nada que preste. Mas isso é um papo entre eu e as espinhas da minha adolescência, ok?
PS: quando falaram "Michael Jackson morreu", eu estranhei: "Ué, e quem disse que ele ainda estava vivo?"

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terça-feira, junho 23, 2009

SAUDADE DA ÉPOCA EM QUE PÊLOS PUBIANOS ERAM UMA NOVIDADE.

Sim, eu também vi a foto da Valesca Popozuda com a imagem do Lula. Sim, eu também acho que tem algo fundamentalmente errado na foto. Mas o problema não é se debruçar nua sobre a imagem do presidente - que se saiu bem ao tirar sarro da situação. A questão é outra, Juquinha.

Esse lance de fazer foto com conceito e mensagem é coisa de Bienal, vamos combinar? Sem essa de “erotismo cabeça”. Já basta filme francês, que traz casais que trepam e citam Sartre ao mesmo tempo. Fiquei confuso: qual é a função da foto? Discutir aquela frase de Henry Kissinger, “o poder é o mais forte afrodisíaco”? Ou fazer um discurso semiótico sobre desejo, fama e glúteos avantajados?

Sou do tempo em que mostrar pêlos pubianos era o máximo de ousadia. E revista masculina era apenas um eufemismo para aquilo que a molecada chamava, apropriadamente, de “revista de mulé pelada”.

Fotos desse tipo não têm que ter discurso. Coloca-se a modelo-e-atriz na praia, pede-se para ela fazer cara de cu e uma pose do tipo “eu tenho um nhê-nhê-nhê aqui embaixo, quer ver?” E pronto. O resto é Sebastião Salgado. Parem de confundir a molecada da mão peluda!

Ah, sim, para os onanistas de plantão: as fotos do ensaio de Valesca Popozuda na Playboy estão aqui, para download. Como? Se a revista G vai botar uma biba na mesma pose? Sei lá, se o Clodovil estivesse vivo...

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sexta-feira, junho 19, 2009

PARA ENTENDER CAETANO PARTE 2

Caetano Veloso continua em turnê com o seu disco Zii e Zie. Aqui em Sampa, alguns ingressos custaram a baba de 180 reais. Quem são os infelizes que pagaram essa nota para ver o show? Eu baixei o disco para conferir o que ele tem de tão “sensacional”. Minha opinião? Eu não veria um show desses nem por decreto.

O disco não é ruim. É só medíocre, anódino, irritante, vazio e pedante. Só isso. Caetano faz um enorme esforço para aparentar relevância. Veja o caso da faixa “A base de Guantanamo”, em que Caetano expõe a sua revolta (aaaafe...) contra a base militar americana:
“O fato dos americanos
desrespeitaram os direitos humanos em solo cubano
É por demais forte, simbolicamente, para eu não me abalar”

Centenas de autoridades internacionais pressionam os EUA para fechar a bagaça. E qual é a contribuição de Caê para o assunto? Dizer que está putinho. Já posso ver generais tremendo nas bases para tomar alguma providência. Pergunto: ele esta mesmo “abalado” ou apenas escolheu uma polêmica vazia para posar de “sensível”? Afinal, quem é capaz de assumir ser a favor de Guantánamo? Quero ver Caetano falar sobre temas realmente polêmicos e espinhosos. Que tal “aborto” e “reforma do judiciário”?

Em “Lobão tem razão” ele responde às provocações que o músico Lobão fez. Legal: Caetano transformou o disco em um Twitter, em uma tela de MSN, só para ficar “tc” com outros músicos. Não para por aí. Ele ainda fala sobre tráfico (“Perdeu”), cita FHC e Lula (Lapa)... e ainda arrisca um poema “moderno”:
“Na frente da onda
Que onda, que onda, que onda que dá
Que bunda, que bunda!
Que onda, que onda, que onda que dá”.

Lindo, não? Aposto que vejo mais poesia em shows do Chiclete com Banana, com a vantagem de ter umas dançarinas de umbigo de fora. É melhor do que ver Caê tropeçando. É preciso ter muito desrespeito pelo próprio dinheiro para gastá-lo em um show com essas músicas.

E o pior: os produtores ainda tentaram esmolar uns caraminguás de incentivo governamental * por meio da Lei Roaunet – 2 milhões, segundo a imprensa. O incentivo foi negado (há justiça no universo, enfim). Caetano não assume ter passado o chapéu, mas o papo não convence. E para que serviriam esses 2 milhões, Juquinha? Para pagar 30 mil toalhas felpudas? Para comprar o espumante dos convidados VIPS?.

Se é para apoiar um show com dinheiro público, que seja do Tiririca. Por favor, avisem o Caetano: desocupa a moita, cazzo! Sério, já perdeu a graça, meu nego.
*Dica da matéria feita pelo incansável Christian Moreno. Valeu!

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quarta-feira, junho 17, 2009

VOCÊ BROCHARIA COM A LUANA PIOVANI?

Luana Piovani disse na última Playboy : “milhares já brocharam comigo”. Não sei se ela sacou as múltiplas interpretações que a frase sugere. Ou a maioria dos homens que ela traçou eram uns frouxos, ou ela é uma bosta na cama, capaz de brochar milhares de marmanjos que provavelmente babaram hectolitros de saliva antes de levar a guria para a cama.

Se a Luana não consegue fazer um namorado gozar, o que mais o sujeito vai poder fazer com ela? Jogar bingo e ir ao supermercado? Trocar figurinhas sobre as afirmações de Nietzsche de que Deus está morto? Ou ficar no “deixa eu pegar na sua mão, deixa?” Não sei... Não posso falar nada. Se eu fosse solteiro e pulasse na cama com ela, talvez brochasse assim que ela abrisse a boca. Vai entender os mistérios do corpo humano...

Por outro lado, as Susans Boyles do Brasil devem estar aliviadas. “Do que adiantaria ter um corpão se todos os homens amoleceriam comigo?” Pois é, Juquinha. Talvez apenas Dado Dolabella seja capaz de satisfazer a Luana, já que é do tipo que “bate antes de entrar”. Ou ela deveria procurar alguém com ejaculação precoce, tipo o Osgarmo, do Angeli

Sinceridade? Luana devia voltar a fazer ensaios com fotos. Entrevista não é mesmo o seu forte.

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sexta-feira, junho 12, 2009

ESTRAGUE SEU NAMORO

Dicas rápidas para azedar o seu namoro após o dia dos namorados. Leve a sua cara-metade para ver:

-O novo show do Caetano Veloso, que estréia hoje, dia 12, em São Paulo. Nada mais romântico do que ouvir “Tarado ni você / Ni mim / No carnaval / Ni tudo/ Ni todo mundo nu” – trecho da faixa “Tarado Ni Você”, do novo disco. Não é, tipo assim, tuuudo?
-O filme “Apenas o fim”, dirigido e roteirizado por um estudante de cinema da PUC do Rio. Mostra um casal universitário em crise em um longo bate-papo cheio de referências pós-adolescentes, como Power Rangers e Pokémon. Conversa pseudo-cultural de universitários: é tudo o que o seu chuchuzinho precisa. Ah, sim: o longa foi premiado em mais de um festival no Brasil e tem sido elogiado pela crítica. Ok, os filmes de Júlio Bressane também foram, grande merda.
-A peça “As Troianas – Vozes da Guerra”, que estréia em São Paulo e transpõe para a época do nazismo a tragédia das mulheres de Tróia. No espetáculo, os personagens femininos só se expressam por meio de canções populares de povos oprimidos. Tudo cantado na língua original. Ninguém melhor do quem um dramaturgo brasileiro para analisar os horrores da guerra. É ou não é um programão?
-A exposição de Vik Muniz, no MASP. Mostra seus trabalhos que misturam fotografias com elementos “inusitados”, tais como lixo e caviar. É para sacar a intermaterialidade da cultura de massas numa observação subjetiva da efemeridade das coisas, sacou?
Feliz dias dos namorados!

PS: o texto sobre o disco de Caê ainda sai na semana que vem, oh, céus...

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terça-feira, junho 09, 2009

FINANCIE A XUXA

Pior do que um artista decadente, é um artista decadente que não sabe que a sua hora já passou (E aí, Gal Gosta, tudo em cima?). Nesse quesito a Xuxa é campeã. Ela já deu o que tinha que dar (Juquinha, pare de pensar besteira, o sentido da frase aqui é outro!), mas não desiste.

Para manter a ilusão de que ainda tem algo a apresentar para os baixinhos, Xuxa apela para os concursos. Primeiro ela lançou um concurso para coadjuvantes de um dos seus filmes. Agora lançou outro para escolher o “príncipe” que vai contracenar com a Sasha na sua próxima produção cinematográfica.

Todo mundo sai engabelado: a petizada gasta os trocados do pai votando pelo telefone e fica com a impressão de que está “ajudando” a loira a fazer o seu filme (coisa que tem produtor muito bem pago para fazer, diga-se). A Sasha engole o sapo e fica desautorizada a dar opinião diante da “voz do povo”. As empresas gastam uma baba para promover o concurso. E a Xuxa se alimenta com a ilusão de que ainda dá no couro como “Rainha dos baixinhos”.

A revelação do vencedor rendeu 11 pontos no Ibope, um recorde até agora (vem cá: 11 pontos agora dá “recorde”?). O próximo filme vai ser, bidu, um sucesso, já que a molecada cumpre acefalamente a obrigação de ver as bombas que a Xuxa estrela. Sim, tudo funciona maravilhosamente, Juquinha.

Na verdade, nada disso me espanta. Só tenho dó do tal príncipe eleito. Ele deve estar com aquele sonho besta de virar celebridade. Aposto como ninguém contou que o futuro lhe reserva apenas as quermesses do interior e um ensaio na Revista G. E ele ainda vai ter que encarar a baranga da Sasha. Ah, pobrezinho...

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sexta-feira, junho 05, 2009

EU ESTAVA NO VOO DA AIR FRANCE?

Foi um susto: a lista de passageiros do vôo da Air France que caiu no mar inclui um Walter Carrilho Júnior. Alguns leitores e amigos me ligaram querendo se certificar de que não era eu ou algum parente meu – não, não era. Trata-se de uma mórbida coincidência. Estou vivo, apesar de todas as pragas dos fãs mais xiitas do Caetano Veloso. Viajar para a França não faz parte da minha rotina, infelizmente. Mas eu corro mais riscos vivendo em São Paulo do que voando a milhares de metros acima do mar. Um dia uma lista me pega.

Sim, estou vivo. Ou quase isso. Com dores nas costas, uma rinite insistente e obrigado a controlar o colesterol (o que me obriga a diminuir a quantidade de torresmo ingerido), não posso dizer que estou “100 % vivo”, mas é quase isso. Estou na beira de completar 40 anos. E vivendo como eu vivo, sem negar os Doritos que encontro pela frente, isso já é um milagre.

Também estou saindo de uma fase de trabalho insano que quase me matou e me obrigou a deixar o blog em estado de inanição. Enfim, estou de volta. Com uns 2 quilos a menos (entrei em dieta, Juquinha, não posso brincar com a idade) e umas olheiras mais grossas. Mas estou aqui. Prometo que a resenha do novo disco do Caetano sai na semana que vem. Confesso: ouvir a bagaça me dá calafrios. Mas eu devo essa a vocês.

Relaxem, titio Walter está aqui. E obrigado pela preocupação. Fãs do Caetano: vão à merda.

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