sexta-feira, fevereiro 27, 2009

FELIZ ANO NOVO! (AHN?)

Todo mundo adora dizer que, no Brasil, o ano novo só começa depois do carnaval. É uma forma mais “antropologicamente chique” de dizer que, no fundo, nós somos mesmos uns merdas que não curtem um batente. Pois para mim o carnaval nem precisava acabar, eu mal sentiria a diferença. A zona é a mesma em todos os outros períodos do ano, só tem uma incidência menor de globais seminuas.

Mas já estão querendo deixar o carnaval mais sério. Antigamente as músicas eram idiotas e pegajosas. Agora são só idiotas. Saca só o enredo da escola Grande Rio: “Voilá, Caxias! Liberté, Egalité, Fraternité, merci beaucoup, Brésil! Não tem de quê!” Não é à toa que até hoje as pessoas preferem cantar velharias como “Cabeleira do Zezé”. Queria ver a ala das baianas decorando essa joça de “Egalité”.

E tem os carros alegóricos. Podiam trazer só mulatas e uns tucanos de madeira. Mas os carnavalescos preferem discutir a “industrialização” e coisas do tipo. Aí montam um carro com operários de sunga e a Daniele Winits rebolando no alto. Sei lá, fica pouco realista.
Para disfarçar eles acabam sempre colocando uma águia ou um dragão de isopor, só para dar um toque mais “carnavalesco”. A escola Leandro de Itaquera foi mais longe e exibiu um dragão de verdade: Regina Casé. Ela era a homenageada do samba-enredo. Eu prefiro a globalização como tema. A escola Vai-Vai decidiu falar de saúde e doenças. Ficou difícil de entender o que a Amanda Françozo rebolando tem a ver com dengue, cólera, etc. Mas carnaval é assim mesmo, um troço sem explicação lógica.
Vamos combinar: ano que vem vamos de “Tem xinxim no acarajé” e a Juliana Paes seminua, ok? Dispenso o resto, na boa. Ah, e feliz ano novo, seja lá o que isso significar...

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sexta-feira, fevereiro 20, 2009

QUERO ENTENDER O CARNAVAL. MAS NÃO CONSIGO.

Confesso: já desisti de entender o carnaval, essa orgia fantasiada de feriadão. O que dificulta a minha aproximação com o evento é saber que se trata de uma festa em que até publicitários e estudantes de artes, pessoas normalmente sem muito senso de ridículo, conseguem se superar na arte de pagar micos.

Ok, já entendi que existe uma autorização legal para ouvir frevo, encher o caneco de caipirinha e depois porrar o carro na Dutra matando seis pessoas. Mas é estranho. Deve ter alguma riqueza cultural em mostrar a Adriane Galisteu desfilando na avenida enquanto finge que tem algo a ver com aquele povo desdentado que desfila só para os empresários do camarote da Brahma comentarem “Como o Brasil é rico, não?”

É estranho porque a gente se orgulha de ter o melhor carnaval do mundo, mas eu não me orgulharia muito de ser o vencedor de uma competição em que japoneses, suecos e russos não participam. E tem mais: só mesmo a Leci Brandão entende as diferenças de “harmonia e evolução” entre uma escola e outra. Dizem que no carnaval o Brasil canta a sua alegria de viver. Mas depois dos últimos confrontos no Morro do Alemão parece que o coro diminuiu um pouco.

Mas, ó: prometo que vou me esforçar para entender a coisa toda. Vou fingir que acredito que essa história de bigodudo se vestir de mulher é um lance muito pessoal que serve apenas para reafirmar a masculinidade. Olha aí, se quiserem dar o rabo vou entender também. Na boa.

Vou fingir que entendo os sambas-enredo. Vou aceitar aquelas letras que falam de reis babilônicos e lendas da mitologia yorubá como críticas inteligentes à falência dos valores sociais diante da opressão mercantilista. E, claro: vou confirmar que nos desfiles reina a igualdade, afinal as empregadas dançam junto com as madames. Eu sei, as madames voltam pra casa de Pajero e as empregadas de trem, mas acho que é só um detalhe.

Enfim, carnaval é isso aí, minha escola na avenida, que alegria, esta noite eu sou o rei da alquimia, simbora meu povo!

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quarta-feira, fevereiro 18, 2009

EI, GRINGOS! A BARBÁRIE É NOSSA!

A gente não gosta que façam conosco o que a gente costuma fazer com os outros. Vejam só o caso da advogada brasileira na suíça. Ficamos todos ouriçados em imaginar que os suíços, esses branquelos ordeiros que fazem chocolate decente, sejam capazes de espancar e mutilar uma pessoa. Isso é coisa que só nós, nativos do terceiro mundo, devíamos ter o direito de fazer.

Celso Amorim, o chiuaua da diplomacia internacional (late pacas, mas é peso pena) já deu o seu show e os jornalistas brasileiros se esbaldaram, revoltadinhos. Eu acho certo. A barbárie deveria ser uma exclusividade nossa. Qualé, onde já se viu? E tem mais: nós somos mais pragmáticos. Esse lance de espancar estrangeiro por nada, apenas por preconceito, é coisa de principiante. Nós aqui somos mais profissas: seqüestramos, assaltamos, espancamos, torturamos e barbarizamos geral. Mas é tudo business, não é nada pessoal.

Tudo muda se for caso de automutilação, claro*. Mas enquanto não se confirmam as hipóteses, eu acho melhor a gente reclamar na OMC. Em todo caso, eu acho estranho: se eu fosse um suíço, ao ver um brasileiro, não espancaria. Eu sairia correndo. Brasileiro? Dá medo, cruzes...

*Não vou comentar o fato da imprensa nacional gerar escândalo sem nem investigar os fatos antes. Malhar a imprensa já perdeu a graça, é como chamar a Hebe Camargo de múmia.

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sexta-feira, fevereiro 13, 2009

O “HOMEM” POR TRÁS DE CAETANO

Diz a sabedoria popular que por trás de todo grande homem existe uma mulher. Mas, às vezes, existe outro homem. É o caso do Caetano Veloso. Não que ele seja um “grande homem”. Mas a sua ex-esposa, Paula Lavigne, também não pode ser chamada exatamente de “mulher”. Ela foi alvo de uma matéria na revista Veja do dia 8 de fevereiro. A matéria serviu para mostrar como funciona o submundo da pentelhação cultural.

Paula é uma das mais bem sucedidas produtoras do cinema nacional. Mas isso não importa. Todo mundo se lembra dela como a ex de Caetano. Aliás, Paula é a grande culpada pela presença irritante de Caê na trilha sonora da maioria dos grandes filmes brasileiros (sim, ela é a culpada por “Eeeeeta, eta, eta, eta...”). Ela faz isso na base do chute na porta. Impõe mesmo. Paula assume ser “barraqueira”. E, segundo ela, 95% barracos são para defender o “poeta do agreste”. Diz aí: o amor não é lindo?

Pois é, por trás de muitos “monstros sagrados” da cultura nacional existe uma Paula para dar uma força. É uma tradição brasileira: misturar escrotidão com estigma de mulher macho. Digamos que Paula Lavigne seja uma espécie mais magrinha de Marlene Matos. Qualquer dia desses, ao invés de comemorar o “talento” dos artistas nacionais, haverá justiça e o Brasil celebrará a eficiência dos pit bulls dos bastidores, que forçam seus pupilos goela abaixo. Sei lá, talvez ergam um memorial para eles em pleno Leblon. Poderia ser criado pelo Niemayer. Como de costume, teria aquele ar de caixote de concreto: feio e quente pra burro. Mas já seria um começo.

Ah, sim, para não deixar dúvidas: Maria Bethânia só não tem a sua “Marlene” porque já é feia e escrota o suficiente. Ela se basta.

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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

CONTINUA FEDENDO NAS BANCAS.

Você que gosta de humor ofensivo e nem um pouco correto: vá para as bancas agora descolar a sua Mundo Canibal número 2. Tem focas sendo retalhadas, manifesto em defesa do aquecimento global (eu disse “em defesa”) e uma porção de bundas, pintos e palavrões. Sério, é a revista mais ofensiva que eu já vi. E olha que o tema desse mês é “verão”. Nem quero ver o que vai acontecer quando o tema for “sexo”.

Eu estou lá com um guia escroto sobre verão. Para você que sente necessidade de humor débil mental, vai gostar de ver uma turma brava de dementes por lá.

Corra antes que a polícia proíba. Custa só 5 pilas, cambada de muquirana...

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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

BANDA CALYPSO E O NOBEL DA PAZ

Eu pensei que fosse piada. Mas é sério. A ONG Comitê da Paz indicou a banda Calypso para o Prêmio Nobel da Paz pelos seus trabalhos com comunidades carentes da região norte do Brasil.

Só para comparar, vamos lembrar alguns dos ganhadores do prêmio: Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá e Nelson Mandela. Você consegue ver nomes como “Joelma e Chimbinha” na lista? Pois é, eu também não. Já que é assim, que tal indicar Bruna Surfistinha ao Nobel da Literatura?
“1 milhão de dólares? Vamos gastar toda essa grana em tintura pra cabelo!”’

A banda ainda não é um concorrente final. Ela apenas foi indicada para estar entre os finalistas. Não importa. Só sei que as palavras "Calypso" e "paz" não combinam entre si, assim como as palavras "Caetano" e masculinidade". A verdade é que toda vez que eu ouço uma música da banda, “PAZ” é exatamente o que eu NÃO sinto...

PS: o leitor Clóvis me indicou a notícia a partir do Jacaré Banguela, outro blog que mantém a vigilância contra noticias cretinas.

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