quarta-feira, maio 30, 2007

BRAÇOS ABERTOS. E BOLSOS TAMBÉM!

Eu me divirto com as tentativas do Brasil de entrar em um grupo. Conselho de Segurança da ONU, G8, qualquer grupo. É um típico desespero suburbano de tentar ser reconhecido por qualquer coisa. A nova tentativa envolve uma imagem sagrada: a estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Ela é candidata a uma vaga no grupo das Sete Maravilhas do Mundo.

É uma eleição popular mundial via Internet. São seis vagas (as Pirâmides de Gisé, no Egito, são consideradas Hors-Concours) para 20 concorrentes, que incluem a Grande Muralha da China e o Taj Mahal, na Índia. O Cristo está em 18ª posição, comprovando a nossa tradição de lanterninha. O pior é que dessa vez o Brasil até merecia vencer. O Cristo é bacana. Mas como a gente é pouco mobilizado, o Cristo ficou na poeira.

Seria legal se ele faturasse uma vaga. Principalmente porque a estátua permite um monte de piadas fáceis. Cartuns com o Cristo de braços abertos sendo revistado pela Polícia Federal dariam ótimas imagens de divulgação. A pose é realmente poética. Imaginei até uma campanha promocional: “O Cristo e o Comando Vermelho aguardam você aqui no Rio!”

Só não sei se já pediram permissão para Deus. Ele pode dar uma força. Dizem que uma vitória atrairia mais turistas. Não sei. Para atrair a gringaiada, poderiam divulgar fotos de outro monumento brasileiro: Viviane Araújo. Turismo sexual é uma boa isca. Aproveitem que ela deu um pé na bunda do Belo. Provavelmente vai procurar outro bandidão para se enroscar. Se for esperta, vai atrás de um deputado. É quase a mesma coisa.

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segunda-feira, maio 28, 2007

SÓ EU ESTOU DE FORA.

Esses escândalos de Brasília já não me espantam. O que me incomoda mesmo é a impressão de que, em breve, vou descobrir que só eu estou de fora de algum esquema de corrupção. Todos os outros 180 milhões de brasileiros estarão pendurados em algum esqueminha. Na atual velocidade com que novos escândalos surgem, o envolvimento de todos será apenas uma questão de estatística. Atualmente, tenho a impressão de que até o porteiro do meu prédio tem uma bocada em algum ministério.

O problema é que sou absolutamente inepto em atividades ilícitas. Na pior das hipóteses, sou capaz de atravessar a rua no farol vermelho. E olhe lá. Os Zuleidos e Marcos Valérios não têm esse problema. Fazem a bandalheira sem piscar um olho. Afinal, burlar a justiça é moleza. Com um advogado certo, é fácil incentivar a diarréia do judiciário, que costuma “soltar” tudo. Daqui a alguns meses, todos os envolvidos estarão abrindo as suas garrafinhas de champanhe em algum lugar da Riviera Francesa. Pouco tempo depois, toda a população brasileira, envolvida até os ossos na Operação *** (escolha o nome esdrúxulo que mais lhe agrada: “Gavião”, “Tamanduá-Bandeira”, “Navalha”, “Tesoura”, “Grampeador”...), também estará lá, rindo e comemorando o faturamento.

Só sobrará um otário por aqui: eu. Bom, pelo menos o trânsito vai melhorar um bocado...
PS: Ok, Juquinha. Pode ficar por aqui para fazer companhia. Mas vê se traz algo para comer. Restaurante aberto vai ser difícil de encontrar.

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sexta-feira, maio 25, 2007

VAMOS TER QUE USAR CALÇAS COM BOCA DE SINO DE NOVO?

Vivo na década de 70 e não sabia. Descobri isso na semana passada ao ver os ganhadores do Prêmio Tim de Música – e o choque foi tão grande que levei uma semana para escrever algo (tem a ver com excesso de trabalho, também, mas não comentem por aí...)

Um prêmio como esse supostamente deveria premiar os artistas inovadores que nos fazem vibrar, certo? E quem é a maior vencedora do prêmio? Maria Bethânia. Levou 4 prêmios. Premiaram um cadáver musical. E não parou por aí: Caetano Veloso, esse garoto inovador e rebelde, levou 2 prêmios. Acharam por bem premiá-lo na categoria de “melhor disco pop/rock” – se tivesse uma categoria para bandas heavy metal, aposto que a ganhadora seria Maria Rita. Aguardem: depois do rock, Caetano descobrirá a valsa.

O melhor grupo foi os Mutantes. Eles foram realmente o melhor grupo nacional. Mas em 1968. Cauby Peixoto levou prêmio, também. Enfim, só teve prêmio geriátrico. Claro, tentaram premiar gente nova. “Gente nova”, para o júri, é a Marisa Monte, que levou 3 prêmios. Desconfio que os jurados não vão a uma loja de discos há uns 30 anos.

Com tamanha aridez musical, acho até natural que a principal discussão da premiação tenha sido o desentendimento entre Caetano e a boca aberta da Luana Piovani , que andou chamando Caê de “banana de pijama”. Ela pensou que Caê tivesse escrito uma música em homenagem a ela. Tolinha... Se Luana prestasse atenção nos discos do cara, perceberia que é mais fácil ele cantar uma música em homenagem a “meninos” ("Menino do rio/ Calor que provoca arrepio..." putz!) do que a uma mulher.

Bom, acho que daqui a 10 anos chegaremos aos anos 80 e o RPM vai faturar o prêmio de melhor banda de rock. Credo.

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terça-feira, maio 22, 2007

DESISTA DE LER

Confesso: apesar de ser viciado em livros, eu não compactuo com o entusiasmo estilo "Polyanna" desse povo que diz que a literatura transforma vidas. O Sarney é escritor e isso é um péssimo sinal. A coisa piora quando se trata dos “clássicos”. Não confio nos críticos histéricos que pregam a necessidade de lermos todos aqueles romances portugueses com frases cheias de mesóclises.

O problema é que os clássicos, na maioria das vezes, foram escritos em épocas sem penicilina e caneta esferográfica. As “lições” e “descobertas” que eles proporcionam podem estar meio desatualizadas. “Dom Casmurro”, por exemplo. Alguns acadêmicos têm orgasmos múltiplos ao discutir se Capitu deu ou não deu para Escobar. Se fosse um romance moderno, Capitu teria, sim, dado para Escobar. E para o padeiro, para a filha do padeiro e para um videomaker que atende pelo apelido de “Tonhão betamax”. Dúvida moral é um troço meio ultrapassado.

Na fase escolar a gente sofre com José de Alencar e seus índios virtuosos. Ele gasta três páginas para descrever o tom de pele de um cacique. Coisa de quem não tinha o que fazer. Se fosse hoje, José de Alencar passaria o seu tempo assistindo DVD e desencanaria da idéia de ser escritor. E as provas de vestibular seriam bem mais fáceis.

Nunca li Dostoievski e, olha, tô legal. O que me consola é que se você perguntar quem foi esse cara para 100 pessoas da lista dos mais ricos do Brasil, aposto que pelo menos uns 50 vão perguntar “Cu de quem?” Já falaram que ninguém continua o mesmo depois de ler uma obra do romancista russo. Não sei, o que esperar da leitura de um livro de Dostoievski? Desenvolver epilepsia, como ele?

Ler é ótimo, mas jogar para cima dos clássicos a responsabilidade de ajustar a humanidade é um pouco demais. Os clássicos são habitados por russos bêbados, gregos que usam sandálias e ingleses que acham gravata borboleta um “must”. Não dá para confiar nessa gente.

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sexta-feira, maio 18, 2007

ABORTO EVITA NOVOS CAETANOS

Mesmo com proibição oficial, acho que o governo deveria pensar seriamente em algumas exceções para o aborto. Por exemplo: toda gestante deveria fazer exame de DNA. Se houver alguma possibilidade da futura criança se tornar um artista da MPB, o aborto não deveria ser apenas permitido, mas incentivado. Pouparia muitas dores de cabeça. Como a música “Mama África”, do Chico César e todos os discos do Ed Motta, por exemplo.

Evitaria o desgosto de algumas mães, também. A mãe do Oswaldo Montenegro deve ter coberto o filhote de carinho. O garoto cresceu e passou a aporrinhar todo mundo com gritos de “Voa Condooooor!” Um ingrato. É possível que ela tenha até pensado em fazer um aborto “pós-gestação”. Mas depois que ele deixou a barba crescer e comeu a Paloma Duarte, não vale mais. Aí já é homicídio. Que também deveria ser flexibilizado no Código Penal, na minha opinião. Basta olhar a carreira da Simone.

A interrupção de algumas gestações evitaria certos dramas familiares. Imagino a mãe do João Gilberto tentando dar de mamar ao filho, só para presenciar mais uma crise de prima donna: “A mamadeira tá gelada! Desisto, não mamo mais!” A mãe do Gilberto Gil deve ter passado meses esperando o garoto dizer a sua primeira palavra. Provavelmente ele disse “cultura ciberdélica de ascendência nagô”, ao invés de “ma-má!” Imaginem o trauma.

Músicos de MPB têm uma infância complicada. A mãe do Caetano Veloso e da Maria Bethânia passou anos tentando adivinhar quem era o menino e quem era a menina. Precisou o Caetano lançar “Leãozinho” para ela ter certeza. Bethânia não é mulher, nem homem. Aliás, não é nem ser humano. E Caetano... bom, aquelas tanguinhas dizem tudo. Quando a Dona Canô tentou tomar alguma atitude, já era tarde demais. Os dois já estavam barbarizando o Brasil.

Evite a gestação de novos artistas. A sociedade agradece.

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quarta-feira, maio 16, 2007

MONSTROS SAGRADOS FAZEM FILMES HORRÍVEIS

Esse negócio de “monstro sagrado”, para mim, é alegoria de estudante de cinema que não trepa. Monstro, para mim, é a Regina Casé. E sagrado só o meu copo de uísque no final de semana (confesso: meu fígado não é mais aquele). A combinação das duas palavras não tem significado real. Mas existe gente que baba em adoração por qualquer simulação de genialidade.

Gláuber Rocha, diretor símbolo do “Cinema Novo”, é um ótimo exemplo. Ok, ele fez filmes marcantes como “Terra em transe” (fica combinado: você decide se “marcante” é uma virtude ou não) e teve os seus momentos de talento. Mas eu gostaria de saber se dá para continuar sendo monstro sagrado fazendo uma trolha fenomenal como esse filme aí embaixo (assista apenas se o seu “saco” for versão 3.0).

Clique aqui para ver, energúmeno!

É um filme realizado por Gláuber em homenagem ao pintor Di Cavalcanti, que aparece dentro do caixão, com ar primaveril de cadáver. Com o pretexto de comemorar o “aniversário” do diretor, o vídeo no youtube teve alta rotatividade neste ano. Mas foi retirado do site recentemente - deve ser coisa de fã com tpm. A obra gerou polêmica na época. A família do pintor falecido proibiu. Mas o filme ainda é cultuado por ser “transgressor”. Sei.

Tirando a verborragia juvenil e o experimentalismo visual que ficou velho dois segundos depois de realizado, qual é a razão da babação? É uma forma de esconder a vergonha de aceitar que supostos gênios, quando já gozam de fama, se sentem tranqüilos para fazer qualquer merda?

Glauber já morreu. Agora já podemos assumir que o cinema novo produziu apenas dois pares de filmes interessantes e uma geração de cineastas metidos a bestas em busca do close desfocado ideal. Fãs devotos da câmera trêmula: relaxem. Ou então, me dêem uma boa, mas boa mesmo, razão para ver genialidade nisso aí. Senão, não me encham o saco.

PS. - Peço desculpas ao blogueiro que publicou o vídeo. Sei que a idéia era homenagear o cara. Mas a internet é democrática: cada um escolhe o seu cabeludo preferido para homenagear. Ou para espinafrar.

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segunda-feira, maio 14, 2007

DANCEM, NATIVOS!

Agora eu entendo porque os espanhóis e portugueses “tocavam o terror” com os índios na época da colonização. Ninguém agüenta esses rituais nativos cheios de penas e colares. Se eu estivesse vivo na época, acho que também tacaria fogo. Sei lá, para quebrar o tédio, talvez.

Apesar disso, a gente continua impondo um calvário de “manifestações culturais” às autoridades estrangeiras que visitam o Brasil. Nem o Papa escapou. Ele teve que ver apresentações de danças típicas, com todas aquelas roupas esdrúxulas. O Papa é um homem paciente, religioso. Mas aposto que ele deve ter pensado “Ô Saco...” Só não levaram o homem para ver uma escola de samba porque, como se sabe, alemão é tudo ruim de molejo.

Esse é um cacoete do nosso espírito de “nativo colonizado”. Identidade, para nós, é isso: gente seminua, penas e lencinhos. Até onde sei, ninguém que visita os americanos é obrigado a ver danças típicas de índios sioux. Os alemães também não exibem atores vestidos como guerreiros visigodos. Para eles, basta mostrar o país. Ter gente que come três refeições por dia é a verdadeira identidade.

Mas o problema não pára por aí. Somos ruins na hora de presentear, também. O papa ganhou uma bíblia do Serra. Quem teve a brilhante idéia de dar livro repetido ao homem? Lula preferiu dar um quadro com o rosto do Papa – uma tela medonha, por sinal. Vai tudo parar no quartinho de despejo do Vaticano. E com razão. Ninguém pensou em levar o homem para uma churrascaria? Ou, sei lá, dar um livrinho de piadas? Por que Papa só pode apreciar arte barroca? É por isso que a gente sempre leva a pior no comércio internacional: não temos muita coisa para dar aos outros.

*************
Enquanto isso, os jornais repercutiram a declaração do Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que condenou o costume de “ficar” dos jovens. A Folha de São Paulo foi buscar a Bruna Surfistinha para dar a sua opinião. Ter uma ex-garota de programa como “especialista comportamental” na imprensa é um sinal de que não fomos colonizados apropriadamente. Chamem os portugas de volta.

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sexta-feira, maio 11, 2007

O PAPA CHEGOU. TODOS JUNTOS: UH-TERERÊ!

A coisa mais chata na visita do Papa é dar razão à frase mais estúpida do rock brasileiro: “O Papa é pop” – prova da lentidão do judiciário: Humberto Gessinger ainda não foi enforcado por ter escrito isso. O Papa é pop, sim. Usa até sapatos vermelhos, coisa que só o Mick Jagger tinha coragem de fazer. Posso até ver os assessores do Bento 16 pedindo 300 toalhas felpudas. Ok, a baderna aqui em São Paulo também é um saco, comparável à visita do Bush. Só faltou o protesto de uma peituda seminua. Quem poderia desempenhar esse papel? Mara Maravilha?

A visita do Papa é diplomática. Se fosse uma visita de trabalho, o Papa iria suar um bocado com nossos sincretismos e o padre Pinto. Mas desconfio que ele veio aqui para simplificar o processo de comunicação com Deus. Veio falar com Chico Buarque pessoalmente. O difícil vai ser enfrentar o séqüito de 30 mil quarentonas ensandecidas que acompanham a divindade.

Talvez Bento 16 tenha vindo para combater os bolsões resistentes de algumas religiões hereges, como o Caetanismo. Essa religião, que faz fiéis cantarolarem mantras estúpidos (“Eeeeeta...eta, eta, eta...é a lua, é o sol, é a luz de tieta!”) é difícil de exterminar. Alguns filósofos já disseram que Deus está morto, mas os críticos culturais não parecem dispostos a dizer o mesmo de Caetano, apesar dos sinais claros de putrefação. Coisas de país subdesenvolvido: Aids, dengue e medalhões da MPB idolatrados.

Só posso dizer o seguinte. Já que está aqui, o Papa poderia canonizar os pais da Luciana Vendramini. Gerar aquelas curvas foi um milagre.

PS- A foto lá em cima? Anthony Hopkins como Hannibal Lecter, em “O Silêncio dos Inocentes”. Pois é, também achei parecido.

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quinta-feira, maio 10, 2007

UMA PÉSSIMA COLUNISTA E 18 MIL BUNDAS MEXICANAS DE FORA.

Eu não sabia, mas a Preta Gil tem uma coluna no site Ego, da Globo. Talvez porque ela tenha algo consistente para dizer ao mundo. Mas, diante da letra da música “Baianinha” ("Diz que nêgo falou nana / Diz que nêgo falou naninha"), eu descarto a hipótese. Em uma rápida leitura nos textos, descobri um monte de futilidades sobre a fofa. Inclusive que ela já atacou de dj em uma festa. “E daí?”, pergunta você. E daí que eu perdi a vontade de viver. Preta Gil colunista e dj...Ah, basta desse mundo...

Outra prova de boçalidade da nossa espécie: 18 mil mexicanos toparam ficar pelados para satisfazer a ânsia criativa do fotógrafo americano Spencer Tunick – que por sinal já veio ao Brasil para fazer a mesma merda. 18 mil bundas ao relento. Segundo ele, foi “um momento histórico para a arte mexicana”. Ok, a gente esquece a obra de Diego Rivera e não se fala mais nisso.

E se você quer esquecer desse mundo insano, ria com o site Cognatas , que traz trechos de músicas estrangeiras em que o artista parece estar cantando em português. Minha favorita é o Abba cantando “Vá lavar seu cu”. Confiram.

PS - Não dá para negar: citar a Preta Gil é um vício maldito. Outra coisa: a bunda da foto é, na verdade, o Eduardo Guedes, ex-marido da Eliana. O melhor exemplo de bunda que encontrei para ilustrar essa matéria.

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quarta-feira, maio 09, 2007

SE A NORMAL BENGUEL PODE, EU TAMBÉM POSSO. E VOCÊ TAMBÉM.

O sonho de implantar uma economia de mercado por aqui, nesse pedaço de terra embananado, miou. Chega de insistir. Você pode ser talentoso e empreendedor, mas descolar uma teta no governo facilita as coisas, como todos sabem. O que falta é organizar a fila da mamação em direção ao veio de grana pública mais próxima.

É por isso que eu aderi à campanha do blogueiro e amigo Serjão , de exigir incentivos fiscais da Lei Rouanet para blogueiros. Participe e contribua com o abaixo assinado. Você também pode participar da comunidade do orkut. Hoje é dia dos blogueiros se manifestarem. A idéia é do incansável Ricardo, do blog Indignatus, futuro ministro de comunicação do meu governo. Acho que só falta mesmo uma passeata. O difícil é arrancar os blogueiros da frente do computador (“Peraí, achei mais um arquivo no e-mule...”).

A alternativa a isso é pagar mico na Internet, o mais novo e eficiente caminho para a fama. A empregada Sônia – vocês lembram dela, não lembram? - virou madrinha de loja virtual. É a Loja da Sônia . Quer dizer, a loja não é dela, mas o dono jura que vai repassar uma parte da grana para ela*. Sônia, contrate um contador e calcule a sua grana. Autógrafo na rua não paga as contas.

Ei, ninguém quer me gravar tentando falando nomes de filósofos famosos? Tipo Kierkegaard ou Nietzsche? Eu quero batizar uma loja virtual também. Para fazer um vídeo que será sucesso na Internet, basta assistir a esse vídeo aqui (a dica é do Cocadaboa).

*Se o cara é oportunista? Naaaa, impressão sua...

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segunda-feira, maio 07, 2007

DICA CULTURAL SINCERA: CUIDADO COM EVENTOS MUNICIPAIS!

Tenham cuidado com eventos culturais promovidos por prefeituras. Existem sádicos incuráveis por trás deles. São eles que inventam aqueles espetáculos de dança com interpretações “lúdico-estéticas” da pororoca ou coisas do tipo. Este fim de semana teve um ótimo exemplo do perigo que eles representam. Foi a “Virada Cultural”, maratona de 24 horas com mais de 300 atrações espalhadas pela cidade de São Paulo, de Alceu Valença a bandas punk - é, eu sei, é mais ou menos como misturar uísque com vodka.

Teve de tudo: dança, teatro, exposições, etc. Supostamente, a idéia era incentivar o consumo de cultura pelo povo. Em um dos locais, exibiram o filme “Nosferatu”. Legal: nada mais popular do que cinema expressionista alemão! Tive a oportunidade de ver um ou outro show interessante, mas sabia que para cada espetáculo válido haveria 10 exibições de engolidores de fogo. Prefiro engolir cicuta a ver isso.

Na boa? Seria mais correto seria distribuir “bulas” explicativas para as pessoas. Algo que explicasse os riscos que cada um corria: “Este evento terá um show da Zélia Duncan. Pessoas com tendências suicidas devem evitar o local.”

Eventos como esse são férteis em apresentações daqueles artistas que sobrevivem graças às brechas das secretarias culturais, como 95% dos dramaturgos “alternativos”. É, também, a melhor chance de aparecer para aquelas bandas desconhecidas que a seleção natural se esforça em manter longe da mídia. Eu fui ver um show em uma praça perto de casa. A banda parecia uma colisão entre o Jota Quest e o Capital Inicial. O show era de graça. Mas se eu ficasse dez minutos vendo aquilo EU é quem pediria cachê.

A imprensa deu grande destaque ao “agito cultural”. E a população deu a sua contribuição: o show dos Racionais acabou em tumulto e quebra-quebra, com direito a carro queimado e 5 pessoas feridas. Tudo bem agitado, pelo jeito.

Enfim, aquela frase “De graça, até injeção na testa” não faz sentido para mim.

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sexta-feira, maio 04, 2007

ADIVINHEI O FUTURO DO JÚNIOR

No mundo artístico, os casos extremos de talento estão ligados a casos extremos de comportamento. Isso vale para os extremamente talentosos e para os extremamente medíocres. Elvis Presley está no primeiro grupo. Ele atirava em televisões e curtia umas overdoses. O irmãozinho da Sandy, o Júnior, está no segundo grupo. Também tem tudo para cair em uma trajetória de vexames.

Pensando nisso, dei início a uma contagem regressiva para ele. Os estágios de desgraça que atingem artistas anódinos costumam ser previsíveis:

-Faltam 6 meses para Júnior posar para a Revista G. As fotos com pose de bad boy não convencerão. Alguns ex-fãs descobrirão que não era apenas o talento dele que era PEQUENO.

-Falta 1 ano para ele lançar um disco acústico com versões “intimistas” (eufemismo para “toscas”) de antigos sucessos da dupla. Serão vendidas quatro unidades do disco.

-Faltam 2 anos para Júnior dar entrada em uma clínica para viciados. Ele afirmará estar preocupado com o risco do vício afetar a sua mente. Médicos dispensarão o garoto, explicando que pessoas sem neurônios não correm o risco de perdê-los.

-Faltam 3 anos para ele aparecer bêbado no terceiro casamento da irmã com a cantora e “sapato king-size” Zélia Duncan.

-Faltam 4 anos para ele lançar uma autobiografia picante com os melhores momentos da sua vida. O livro terá 25 páginas (10 delas com figurinhas para colorir). O título “Minha irmã é uma vadia egocêntrica” causará brigas na família.

-Faltam 5 anos para ele apelar e fazer o que todo artista decadente faz quando não sabe mais para onde ir: iniciar uma carreira como cantor Gospel (Alô Mara Maravilha, tudo em cima?).

-Faltam 10 anos para ele se suicidar com uma overdose de Ovomaltine.

Enfim, relaxem. 10 anos passam logo!

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quarta-feira, maio 02, 2007

ACREDITE: APORRINHAR FAZ BEM!

Gerald Thomas está incomodado. Ele deu um piti* em sua coluna no site Direto da Redação . Ao mesmo tempo em que lembra a todos que é viajado, que visitou a biblioteca do Museu Britânico e que é aplaudido no teatro (ah, dramaturgos...o que seriam sem os seus egos agigantados?), ele reclama que tem recebido muitas ofensas dos leitores. E diz que está pensando em desistir de ser colunista até que, oh, God!, não seja tão pessoalmente atingido. Para ele, é tudo coisa de gente invejosa, que sofre a frustração do anonimato e de não ter construído “uma obra”. Céus, quanto ego, meu Deus...

Mas, olha...adorei. E tive uma idéia. Se ele desiste de ser colunista quando tem leitor espinafrando, talvez ele desista das outras atividades, caso as pessoas o aporrinhem sistematicamente! Ou seja: vamos todos ao teatro para vaiar o Gerald Thomas! Quem sabe ele não desiste de escrever aquelas peças pedantes cheias de gelo seco? Não precisa assistir. É só ficar na porta vaiando. Escrevam para o site, atolem a samambaia despenteada com mais e-mails ofensivos!

Tem que ser insistente. Se ele aparecer dando entrevista, escrevam para o jornal, site ou emissora que o convidou. Reclamem, xinguem, aporrinhem. Ele pode, de repente, desistir de dar entrevistas. Talvez, se a gente pentelhar 24 horas por dia (ele está em Nova Iorque – alô, leitores dos "Istaites": i need a little help here!) ele desista da carreira de “artista-intelectual” e nos dê sossego. Talvez desista até da vida – não estou sugerindo nada radical como suicídio, mas... se ele quiser apelar não serei eu o salva-vidas.

Rapaz...será que existem outras celebridades com a mesma fraqueza? Ei, Caetano, como vai você? Tudo tranqüilo?

* Eu escrevi “piti” ? Credo, devo ter lido uma Capricho...

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