sexta-feira, novembro 28, 2008

DIGA ADEUS AOS "REBELDES" - E OUTRAS DICAS ÚTEIS

Vamos a mais uma listinha escrota de sugestões para o seu fim de semana:

O melhor programa é o show de despedida da banda Rebelde aqui em São Paulo. Não estou brincando: se é de despedida até eu vou lá dar o meu tchau. Não precisa comprar ingresso, mesmo porque os valores vão de 60 reais a (segura o queixo aí, Juquinha) 500 pilas. Teve ter pai orando para ter um AVC antes de abrir a carteira.

Eu sei que as despedidas de bandas como essa costumam se alongar em dezenas de DVDs, CDs e especiais de TV. Teve até uma molecada fazendo passeata na avenida paulista, protestando contra o fim do grupo (sim, cada geração tem o “diretas-já” que merece). Não importa. O evento é histórico, tipo uma queda do muro de Berlim da música monga. Compareça para contar aos seus netos.

Depois de desmancharem a banda, todos os integrantes vão trabalhar como vendedores dos filtros Europa.

Ainda em São Paulo teremos a abertura da exposição sobre José Saramago, com a presença do próprio. Ok, é só para convidados. Mas eu me divirto horrores pensando em quantas celebridades que nunca chegaram nem perto de um livro do tiozinho vão aparecer por lá para fazer uma seção de pelasaquismo básico. Talvez isso inclua a Fernanda Lima. Em uma entrevista para uma revista de circulação nacional, ela disse ter adorado o livro "Ensaio sobre a Cegueira" porque ele “aborda o sofrimento das pessoas cegas”. Nós adoramos a Fernanda Lima e os seus insights literários, certo?

Ah, sim, e tem cinema. Temos mais quatro filmes nacionais estreando. Escolha: tem filme com índios, filme com miseráveis nordestinos... enfim, o buffet básico de sensibilidade dos nossos cineastas movidos a dinheiro público. Mas tem também o novo filme dos irmãos Coen, “Queime depois de ler”. Eles sempre fizeram filmes interessantes, mas depois de ganharem um Oscar, eles correm o risco de se transformar no novo Pedro Almodóvar: todo mundo diz que gosta, mas é só porque pega bem. O filme deve ser bom, mas eu tenho medo mesmo é da platéia. É melhor evitar cinemas com nomes que envolvam as palavras “cineclube” e “reserva”.

Enfim, vou comprar um espumante para levar na entrada do show do Rebelde. Te vejo lá.

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terça-feira, novembro 25, 2008

COMO ASSIM, SEM MÚSICA?

A Escócia, além de contribuir para a ressaca de publicitários viciados em single malt, está inventando outras bossas. O músico escocês Bill Drummond veio ao Brasil para propor um “dia sem música”. O cara sugere que, pelo menos uma vez por ano, as pessoas fiquem sem ouvir música. Nada de ligar Ipod, cd player, etc. Não pode nem cantar no chuveiro.

Bacana. Mas veio ao país errado, meu chapa. Não, Juquinha, o erro não é pelo Brasil ser um país “musical” (clichezinho dos infernos esse...). O problema é que aqui ninguém mais ouve música há tempos. Quem tentar me convencer de que funk carioca é música (assim como o pagode, o breganejo e o axé) vai ter que me mostrar um laudo técnico. E sem essa de “Ah, mas tem a MPB, Tetê Espíndola tem uma voz tão linda...” Quando ouço o Lenine cantando “O meu umbigo é meu amigo”, fico pensando nos porres que Adoniran Barbosa tomaria no céu se soubesse.

Os escoceses são um povo corajoso. Usam saia, mostram a bunda para os invasores e apertam aquela porra do bagpipe para fazer um barulho do cão (diz aí, você teria as manhas de ficar de saiotinho xadrez apertando um “saco”? É, eu também não...). Sugerir um dia sem música na terra do ziriguidum é coisa para cabra macho. Deixa ele ouvir o Créu para saber o que é “música’.

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sexta-feira, novembro 21, 2008

CADÊ O POST DE HOJE???

Eu ia colocar um post "importantíssimo" sobre os últimos escândalos que abalam o mundo da Revista de Caras (separações, hematomas, oh, céus!), mas as bolsas se mantém em queda e Titio Walter precisa continuar ganhando o seu dinheirinho (ser gigolõ de ações está em baixas nesses dias...).

Fica para segunda. Mas para esquentar, aqui vai uma notícia que deveria ser curiosa, mas não é. Foi enviada pelo leitor e companheiro de Fábrica de Quadrinhos, Christian:

"Marina Lima diz que transou com Gal Costa aos 17 anos"

Como disse o próprio Chris: "Não sei por que tanto alarde. curioso seria aparecer uma cantora de MPB confessando que transou com um homem!"

Pois é, como andam desesperados os meu amiguinhos jornalistas... Daqui a pouco vão até anunciar que, minha nossa, Caetano já andou de marcha a ré. Ah, que pândegos esse jornalistas...

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sexta-feira, novembro 14, 2008

NÃO SEI MAIS O QUE É DIVERSÃO

Cada vez mais eu tenho a impressão de que os produtores culturais têm um lado meio sádico. Seus métodos de tortura são criativos, envolvem até documentários. Em São Paulo está estreando o filme “Pan-Cinema Permanente” (candidato sério ao prêmio de “Título metido a besta do ano”). É um documentário sobre o poeta Wally Salomão. A resenha do jornal fala em “uma reflexão sobre a impossibilidade de a arte imprimir uma verdade sobre o homem”. Taí, maneiro... Wally Salomão era um poeta. Um poeta chato, o que é quase um pleonasmo. Um documentário sobre ele deve ser tão bacana quanto uma endoscopia. Não sei, mas aposto que metade da platéia do cinema vai ser composta por fãs de Arnaldo Antunes. Medo.

Mais adiante eu descubro que Paulo Henrique Amorin é o convidado deste sábado de um projeto de humor apresentado semanalmente em um famoso teatro da cidade. Você leu direito: “Paulo Henrique Amorim” e “humor”. Qual vai ser o tema de suas piadas? Crise econômica? Ou o equilíbrio de poder nas negociações multilaterais do Oriente Médio? E aí eu vejo que tem um curioso espetáculo teatral em outro palco famoso da cidade. O tema? TOC- Transtorno Obsessivo Compulsivo. E é uma comédia. Mal posso esperar pelo musical sobre leucemia...

Espectadora se diverte às pampas durante exibição de documentário. "Uau, que pândega! Amanhã espero ser chicoteada!"

A Adriana Calcanhoto também entrou na onda. Vai lançar um livro sobre um surto psicótico sofrido durante uma turnê em Portugal. Estou pensando em lançar um livro sobre desarranjo intestinal. Aposto como escrevo melhor do que ela. Pelo menos não apelo para versos cretinos como “Cores de Almodóvar/ Cores de Frida Kahlo”. Eu sei o limite do pedantismo.

Enfim, acho que para me divertir vou ter que marcar uma consulta no dentista. Arrancar um molar? Di-lí-cia!

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sexta-feira, novembro 07, 2008

E SE 007 FOSSE BRASILEIRO?

Com a estréia do novo 007, tem crítico perdendo tempo com aquela velha papagaiada, dizendo que o filme é blockbuster e tem cenas absurdas, etc. Se fizéssemos uma votação, aposto que os Aimar Labaki da vida iriam sugerir que algum diretor brasileiro dirigisse os filmes da franquia. Só pra ter mais realismo e influências da cultura nagô.

Já posso imaginar um 007 retirante, ou um ex-sindicalista tentando acertar as contas com os traumas da ditadura. Posso ver o diretor gritando no set: “Mais pobreza, mais realismo e mais citações sobre a globalização e a falência dos sistemas capitalistas de poder!” Mas se fosse da Globo Filmes a diferença seriam as dúzias de cenas na Tijuca com a Juliana Paes de bunda de fora. O vilão provavelmente seria o José Wilker falando com a voz travadona. E, uau, teríamos Marcos Palmeira como protagonista. Ele e aquela velha imitação de malandro do sertão que pede perdão pra Padim Cícero antes de matar: "Oxe, esses agentes russos são umas peste!" Lindo. Ah, claro, em vez de vermos a clássica abertura com o cano da arma, veríamos 87 logos de estatais que bancaram o filme.

Meu nome é Fino, Josefino...

Duro mesmo seria ver 007 lidando com as organizações de segurança do Brasil. Ao invés de se reportar a pessoas identificadas por siglas (M ou Q), ele teria que falar com esses políticos de nomes esdrúxulos como Patrus Ananias. E teria que usar um corsa 96 equipado com um telejogo e rojões caramuru. O mundo já teria ido pro saco.

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terça-feira, novembro 04, 2008

VOLTA, JOÃO KLÉBER!

Tava fuçando no youtube e achei isso:



João Kléber reclamando de baixaria no ar. Surreal, não?
Saudades do João Kléber. Isso sim era "TV de qualidade". O resto é "Concertos para a Juventude". Quer apostar como daqui uns 10 anos vão redescobrir o cara e chamar de gênio? É, caceta, como fizeram com o Chacrinha...
PS:Pronto, passou o surto. Tá na hora do meu Gardenal.

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