quinta-feira, abril 26, 2012

QUE A NATUREZA SE DANE

Eu ando meio cansado desse povo que vive me cobrando para pensar na natureza, ser ambientalmente correto, etc. Não acho justo fazer isso sem uma contrapartida. A vida do mico leão dourado pode não ser fácil, mas a minha também não é moleza. E aí, o Greenpeace topa me proteger?

Nós não pedimos para ser a espécie dominante na Terra. Os animais estão cansados de serem caçados? Sinto muito: esforcem-se mais da próxima vez e peguem um lugar melhor na cadeia alimentar.

Por que eu tenho que me preocupar com raposas e focas? Aposto que, se pudessem, elas é que usariam casacos de pele humana. Se leões tivessem espingardas e jipes tenho certeza que fariam safáris para nos caçar nas férias.

Existem milhões de espécies de animais. De repente nem precisamos de todas elas. A gazela de chifre azul está desaparecendo? Ok, ainda tem a de papo dourado, a de rabo grená, etc. Talvez não faça falta, sei lá.

E dizer que somos cruéis com os animais é exagero. A natureza já é cruel com eles. Você acha a Baixada Fluminense barra pesada? É porque nunca viu um documentário sobre o fundo do mar. Os peixes comem uns aos outros, sem pedir ou aplicar anestesia. Caem de dente em cima e pronto.

Aliás, vocês sabem como uma aranha se alimenta? Ela injeta veneno paralisante nas suas vítimas. Em seguida, injeta ácido para dissolver o bicho por dentro. VIVO! E depois chupa tudo de canudinho. A natureza é sábia? Ela é cruel, isso sim.

E seria cruel conosco também, se déssemos mole. Se as aranhas fossem grandes e inteligentes aposto como frequentariam rodízios de gente: "Quer um pedaço de asiático ou vai esperar o caucasiano ao alho?" Por isso, sempre que vejo uma aranha eu piso e sapateio. É para mostrar quem manda na bagaça. Vai que uma delas começa a ter sonhos de grandeza?

Enfim, somos a espécie dominante do planeta. E quem domina tem privilégios, sinto muito. Mas se os golfinhos ou pinguins quiserem o nosso lugar eu topo passar o comando numa boa. Desde que me deixem no zoológico, quietinho. Teria comida e tratamento médico de graça.  E todo mundo diria “Olha que coisa fofa aquele humano!”

Juro, eu topo mesmo.

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terça-feira, abril 10, 2012

OS VERDADEIROS HERÓIS DO JORNALISMO

Dia 7 de abril foi o dia do jornalista. Vi um monte de mensagens elogiando correspondentes de guerra, repórteres policiais, etc. 

Snceramente, o que esses caras fazem é pinto perto dos profissionais das revistas de fofocas brasileiras. 

Sobreviver a conflitos na Síria é simples. Difícil mesmo é exercitar os miolos tentando entrevistar Suzana Vieira e tirar alguma frase coerente. E depois publicar a manchete anunciando “revelações incríveis”, tipo a cor da calcinha e a marca de sapatos favoritos.

Imagine a criatividade de quem consegue bolar uma capa com a Deborah Secco a cada 2 meses e fingir que é um “furo”! O que falta ela revelar para os fãs? Que nasceu uma espinha na virilha semana passada?

E como guardar o nome de tanta gente inexpressiva? Deve ser difícil ir ao Lollapalooza e manchetar que “casais vips curtem festival” - meu Deus, quem é Nathália Rodrigues e Tchelo??? Deve ser um exercício de desfocagem jornalística incrível, semelhante a ir para a ONU e entrevistar a recepcionista.

Parabéns para as equipes das revistas Caras, Quem e Contigo. Graças a vocês eu sei que Paula Fernandes deu seu primeiro beijo aos 19 anos e que, vejam vocês, Fernanda Tavares adora o nariz do marido (eles conversaram por 12 horas via telefone no início do namoro, sabia?).

Crise na Europa e escândalos no congresso? Caguei pra isso. Eu estou é feliz porque Danielle Winits voltou a amar! 

PS: Aliás, parem as prensas, descolei uma foto de Danielle Winits saindo da academia!!!

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quinta-feira, abril 05, 2012

RENDA-SE À ORKUTIZAÇÃO, CARA PÁLIDA

Orkutizar é um termo cretino que pegou. É tipo “preto de alma branca”: um termo reaça que o sujeito usa achando que é “menos ofensivo”. O alvo do momento é o Instagram, que agora pode ser usado por quem tem Android – e não apenas usuários do Santo Graal da tecnologia, o Iphone.

Exclusividade é uma coisa que precisa ser defendida na base da ignorância disfarçada, vocês sabem. Chamar a popularização do Instagran de “orkutização” é ser reaça. Com dedo mínimo levantado e combinando com o vinho certo. Mas é reaça. Ponto.

Antigamente a “elitezinha cultural” reclamava apenas quando pessoas de menor renda tinham acesso ao que garantia estilo e tecnologia. Agora querem monopolizar a cafonice, também. É como se, de repente, dirigir fusca virasse moda e só o povo que tem um Crossfox na garagem pudesse curti-la.

Vamos combinar: tirar foto do que comeu é cretinice. Não importa se a foto é de sushi ou de esfiha do Habib´s. Não é cafona porque o sujeito comprou um celular em 24 vezes. É cafona porque é cafona (e nada mais cafona que a própria palavra “cafona”). É cafona pela falsa ilusão de revelar sensibilidade e repertório artístico. É tipo Ana Maria Braga desfilando com um livro de Tolstói, saca?

Aprendam: uma coisa só é “orkutizada” (com perdão pelo uso do termo) se essa coisa já era, na essência, estúpida. O Facebook foi “orkutizado” pelas fotos e mensagens babacas? Sinto lhe dizer, mas aposto como você já tinha esse costume de tirar foto fazendo biquinho na frente da câmera.

Ninguém mandou defender a democracia, cara pálida. Agora você vai ser obrigado a perceber o quão cretino você já era. A turma do fundão também vai poder exibir as mesmas manias mongas que você. Quer exclusividade? Volte para a Europa da Idade Média e torça para ser aceito como barão. Ou procure pela próxima modinha. Sugestão? Algo me diz que Diplink ainda vai virar hype.

Fico aqui torcendo pelo dia em que Almodóvar será apreciado pela turma da perifa, só pelo prazer de ver leitores da revista Bravo jogando fora suas cópias de “Fale com ela""Almodovar? Muito orkutizado por meu gosto". Vai ser engraçado.

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