sexta-feira, janeiro 28, 2011

SÃO PAULO BARANGA WEEK

Vai começar a maior concentração de anoréxicas com cara de cu e saladinhas de alface do Brasil: São Paulo Fashion Week, que completa seu 15º ano. Uma década e meia promovendo gente estranha usando roupa esquisita.

O evento é sobre tudo, menos moda. Dudu Bertholini (estilista é assim mesmo: nunca se chama “Eduardo”. É Dudu), por exemplo, diz que a inspiração para a sua próxima coleção será “surrealismo". Ou seja, vamos ver mulheres de duas cabeças com corpo de camelo. Oba.

Já a grife Maria Bonita garante que seu desfile vai ser inspirado nas “fotos históricas de construção de Brasília”, o que sugere modelos usando vestidos com 30 toneladas de concreto. Não deve ser legal. Mas as pessoas não vão ao evento para ver ”roupas”, e sim as modelos. Paris Hilton, por exemplo, veio ao país para desfilar. Acho que estamos com falta de loiras mongas anoréxicas para ter que importá-las de outros países.

A vantagem é que os restaurantes e cinemas da cidade ficam livres dessa gente cheia de nojinho e que usar termos bocós como “fashionista” e “hostess” (antigamente conhecidos como “costureiros” e “porteiras”). Durante uma semana estarão todos se debatendo para abocanhar brindes (tipo sacolinha plástica) e tirar fotos no celular com a Gisele Bundchen (a 50 metros de distância).

Em resumo: SPFW é como uma exposição de arte moderna: é tudo meio feio e ninguém entende nada, mas é bom fazer cara de paisagem para não pegar mal. Na próxima edição eu vou tentar descolar credencial para fazer uma reportagem "in loco". Vou vestir um saco de lixo e me dar bem!

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sexta-feira, janeiro 21, 2011

NINGUÉM QUER SER A AMY WINEHOUSE

Céus, como eu gostaria que houvesse mais cantoras como a Amy Winehouse no Brasil. Não sou fanzoca dela, o show dela por aqui foi tosco e já deu no saco ver notícias sobre suas overdoses e brigas. Mas Amy canta um bocadinho. E tem uma coisa que 99% das cantoras brasileiras perderam: alma.

No Brasil não temos muito dessa mistura de talento e personalidade. Ou a cantora é só barraqueira, tipo a Preta Gil, que só ganha manchete pelas presepadas que faz (alguém ai lembra UMA música boa dela???) ou é aquela coisa sem graça, no estilo “blim-blom” da Adriana Calcanhoto (“Cores de Almodovar/ cores de Frida Kahlo” é, sem dúvida, um dos versos mais pedantes de TODA a história da música).

Quando Amy canta sobre namoros desfeitos e rehabs, está falando de algo que faz parte de sua vida. Isso já é um bom começo. É o que eu espero de uma artista. Por aqui, temos que aturar essas magrelas que misturam favela, iemanjá e Mico Leão Dourado sem nunca ter saído da Tijuca. Não rola.
No meu jardim nasce uma cantora “revelação” da MPB por dia. Metade delas regrava Noel Rosa. A outra ataca de Cartola. Ou Ney Matogrosso, algo assim. O que até seria muito bom, se TODAS as regravações não fossem iguais, ocas e sem alma. Todas respeitam os cânones e seguem o manual. Ninguém se arrisca, ninguém se expõe.

Sim, vocês vão dizer que há exceções. Eu sei que tem. E para cada uma dessas exceções temos dezenas de sub-clones de Marisa Monte. Gente que quer redescobrir as raízes do Brasil. Raiz pra mim é mandioca. Que tal plantar algo novo em vez de sugar o mesmo bagaço?

Todas sonham em ter a voz da Elis Regina. Mas ninguém assume ter uma vida real como Elis fazia - e ela tinha uma vida mutcho loca. Ela se mostrava em cada verso, em cada show. Enfim, era como você e eu: era gente de verdade.
Não que cantora precise morrer de overdose para ser boa. Mas, sério, não dá no saco essas “Sandys” que pedem licença até pra peidar? Essas cantoras que parecem fazer da vida de cantora um trabalho burocrático?
Amy não é o último brigadeiro do prato. Ela não faz absolutamente nada de novo. Apenas chupinha o estilo das antigas cantoras negras. Só que eu acredito que ela seja realmente um pouco daquilo que apresenta (tirando os excessos do "marketing de junkie"). Já é um avanço. Aqui temos que aturar crítico dizendo que Mallu Magalhães é sensível e profunda.
Quando Mallu aparecer com um olho roxo talvez eu passe a acreditar nela.

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sexta-feira, janeiro 14, 2011

QUERO SER UM BBB!

Imagine que Darwin ressuscitou. E acabou ligando a TV na hora do BBB 11. Provavelmente ele diria “Meu Deus, a evolução da espécie deu errado!”. Porque, céus, eu não acredito que houve algum processo de seleção para escolher esse povo.

Em qualquer competição normal, o escolhido é aquele com mais virtudes (mais forte, mais inteligente, criativo, etc.). No BBB é o oposto. A ausência absoluta de qualquer atributo é uma vantagem. É como uma seleção natural às avessas: os insetos levam vantagens sobre os mamíferos.

Notem que alguns dos maiores ganhadores dos BBBs tinham cérebro de minhoca e/ou o caráter de psicopata: Kléber Bambam, Dhomini e Cida, por exemplo. Uma seleção digna de consultório psiquiátrico. Vou ver se faço uma lobotomia para aumentar as minhas chances de ser selecionado. Ganhar prêmio pela estupidez deve ser bacana.

Nos últimos anos a competição tem privilegiado os tipos bombados e freaks. Nessa edição temos um traveco e uma candidata a Geyse Arruda, a Paula Leite. Em um mundo normal, ninguém teria orgulho de mostrar fotos como essas abaixo. Crianças, anotem: posar com garrafa de bebida só pega bem se você for o Hemingway. Caso contrário você será apenas uma cachaceira.

Pelo jeito, o estilo Taty Quebra Barraco de ser, com seu “orgulho de ser barraqueira”, está virando moda. Os homens da competição também não ficam atrás. Fariam bonito na juventude hitlerista, não mais que isso. Nos perfis oficiais, sobram declarações edificantes e otimistas: "Sou humilde, a fama não vai me tranformar". Se fama para eles é virar animador de bingo, ok, todos têm futuro.

Há quem goste desse circo de mongos turbinados. Eu? Se for para ficar espiando seres pouco evoluídos zanzando pelados dentro de um cubículo, prefiro comprar um aquário.

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