O lançamento do novo disco do Caetano, “Zii e Zie” é tããão importante que merece mais de um post. Este é o primeiro deles. Pois é, o ego de Caê não cabe em um post só...
Passei as últimas semanas comendo aveia e fazendo abdominais para poder encarar o lançamento do novo disco de
Caetano Veloso. Baixei o disco (sorry, gravadora) e, acreditem, pretendo ouvi-lo, só para não me acusarem de criticar sem fundamento. Talvez sirva para acelerar a minha trajetória rumo ao
Mal de Alzheimer.
Eu não deveria me preocupar em ser coerente, porque a crítica em geral não tem sido nem um pouco coerente. Vou reproduzir o que encontrei por aí na Internet:
-“O disco é corrosivo” - mijo também é, mas nem por isso eu curto.
-“É um disco viril” - virilidade é mesmo uma palavra adequada para falar de Caetano. Assim como “gentil” serve para citar “Jack, o estripador”.
- “Caetano é uma presença fundamental para a compreensão da cultura nacional” - e também da teoria da relatividade, do Darwinismo, da física quântica...
- “Só uma devoração gozosa é capaz de nos levar ao âmago da criação de Caetano” - céus, quem vai tão fundo assim é proctologista.
-“São músicas que traçam conceitualmente um quadro de nossa condição humana atual, a do homem contemporâneo diante de uma realidade universal” - esqueça Nietzsche e Sartre. Só Caetano consegue fazer o que 100 mil filósofos foram incapazes de realizar.
- “Mas Caetano eu nunca escuto em uma sentada só” - e pode ter certeza que Caetano também não compõe em “uma sentada só”.
- “Na faixa 'Diferentemente’, Caetano convoca Deus e o mundo” - e Deus veio correndo, com medo de desagradar o trovador do Agreste.
-“Em ‘Perdeu’, por exemplo, ele conta a história barra-pesada de um garoto que cresce na favela” - esqueçam o rap, só um cara que morou com Paula Lavigne sabe o que é ”barra pesada”.
A minha impressão é que os resenhistas querem parecer mais afetados do que o próprio Caetano, sem se tocar que Caê é um artista que
“já deu o que tinha que dar” – entenda essa frase como você quiser.