sexta-feira, junho 27, 2008

PAREM DE PENSAR! ISSO PROVOCA ESPINHAS!

Se latifúndios improdutivos merecem ser invadidos pelo MST, o mesmo deveria acontecer com cérebros usados de forma leviana. Reforma Neural já! Afinal, quem tem poucos neurônios (tipo assim, o fã-clube inteiro da Wanessa Camargo) deveria ter o direito de usar os miolos de quem desperdiça massa cinzenta.

Eu explico: eu tenho pavor de certas palavras como “reflexão” e “repensar”, por exemplo. Reflexão, para mim, é eufemismo para “masturbação filosófica rebarbativa”. O pior é que os praticantes desse onanismo mental, ao contrário dos punheteiros de verdade, gostam de curtir o vício em público. Deviam se trancar no banheiro com um livro de Descartes. Pessoas absolutamente desqualificadas para o exercício mental, como cantores, pintores, cineastas e estilistas, adoram “refletir” sobre a vida, a desigualdade social e até a finitude do universo. E aí? Não dá espinha na testa nem cabelo nas mãos?

Estilistas, por exemplo: Alexandre Herhcovitch não lança mais coleções. Ele prefere “repensar a geografia da guerra misturando em um look elementos dos uniformes de diferentes exércitos”. Não ria, estava numa resenha da SP Fashion Week. Como se usa uma “reflexão” sobre o corpo? Dá para enxaguar na máquina ou precisa lavar a mão? É isso: a ONU não precisa de diplomatas. Precisa de estilistas. Eles não resolvem as guerras, mas, uau, você viu que luxo aquele tailleur?

Vemos aqui o cérebro de um artista plástico. Na parte de cima vemos a região responsável pelas cópias das obras de Jackson Pollock. Na parte de baixo temos a região, lingüística que coordena o uso de termos fúteis como “lúdico”e “reflexão concretista sobre a estética contemporânea”. O cérebro foi retirado com o artista ainda vivo. Curiosamente, o espécime não sente falta do órgão.

Toda vez que um cineasta “reflete” sobre a pobreza nas favelas, eu já sei o que esperar: nada de soluções, nenhuma idéia que preste, mas uns três Kikitos a mais na casa de campo do Cacá Diegues. Caetano Veloso fez uma “reflexão sobre Guantánamo”. E o que ganhamos? Uma resposta do Fidel e 50 jornais cobrindo o bate-boca estéril. Caetano faturou umas linhas a mais na imprensa, Fidel continua gagá e os presos continuam lá. É como masturbação mesmo: dá prazer mas, putz, e o vazio depois?

Dizia-se que a masturbação provocava demência. No caso da masturbação reflexiva acho que a demência vem antes.

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quinta-feira, junho 19, 2008

SÃO PAULO FASHION O QUE?

Eu adoro as temporadas de São Paulo Viadagem Week (viadagem = versão mais honesta daquela palavra enjoada, “Féchiom”). Eu me sinto como se a cidade fosse invadida por gangues saídas de algum filme do Mad Max. A vida de modelo deve ser punk, pois todos se vestem com trapos e têm cara de viciado em heroína. É, deve ser foda se alimentar de alface e pepino e ler Vogue tido dia.

Eu devia prestar mais atenção nesses desfiles para saber, afinal, como ficar “na moda” no verão do ano que vem. Vejam o que os estilistas reservaram para nós, homens. Posso escolher o look “tropeiro dos pampas” (que é ótimo para um verão de 40 graus à sombra) ou o modelito “presidiário de bangu 1”. Faltou só o porrete e a arma apontada para o carcereiro. Um must.


Mas vocês, mulheres, não estão em melhor situação. Vejam abaixo as suas opções. Não sei o que é mais chique: a "burca fashion" (faria um sucesso bár-ba-ro no Afeganistão) ou o “abajur gigante”. São roupas para quem quer fama. Basta usar e ganhar a fama de “a maluca do bairro”. Bacana, bacana.


E, claro, não se esqueçam: para ser chique como as modelos da Fashion Week basta colocar 3 quilos de pancake no rosto e fazer cara de cu. Por via das dúvidas, eu já estou pensando em usar minhas toalhas plásticas de mesa como roupa de trabalho. Sei lá, deve ser chique também.

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sexta-feira, junho 13, 2008

MIJE AQUI

Duchamp era um cara legal. Mas desde que colocou um mictório em um museu apareceu um monte de gente besta se metendo a artista. O movimento dadaísta era uma provocação, um sarro. Por aqui as pessoas transformam piada em coisa séria. Várzea é assim mesmo: entende tudo errado.

Outro dia li em um jornal que um coletivo (não, Juquinha, não se trata de um “ônibus” – esse é o nome descolado que se dá para um grupo de artistas) criou uma exposição com luzes. Um crítico explicou que as luzes coloridas “piscam num ritmo determinado”. Bacana: aqui no meu prédio tem um sinal luminoso na porta da garagem. Ele também “pisca num ritmo determinado”. Vou tascar uma plaquinha dando um nome besta, tipo “Luzes da alma” e pleitear uma vaga na próxima bienal!

E aí aparece a Fernanda Young, a escritora maleta que fazia o papel de “Cala a boca Magda” no programa Saia Justa do GNT. Ela lançou um espetáculo teatral chamado “Monólogo Dadaísta”. Se pretensão fosse radioativa, isso seria equivalente a uma nova Chernobyl. O que significa um monólogo dadaísta? Ela senta em um mictório no palco? É para mijar nela? Se for isso, já vou avisando: eu sou o primeiro da fila.

Fernanda Young se diz “intelectual”. Os artistas que amontoam pedaços de madeira na sala e chamam de “instalação” também se acham “iluminados”. Olha, para mim, o mictório do Duchamp era mais útil. Pelo menos dava pra pregar na parede e mijar nele. Artista, não. Artista grita quando a gente prega na parede. Uma pena...

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sexta-feira, junho 06, 2008

ASSUSTANDO BEBÊS

Que Xuxa seja idolatrada pelas crianças é um lance que a gente agüenta. Mas você consegue imaginar Chico Buarque como ídolo da petizada? Sei lá, deve ficar um horror de saiote rodado. Não tenho nada contra Chico Buarque, com exceção, talvez, do fato dele ter comido a Marieta Severo. Mas lançar o cd “MPBaby – Chico Buarque”, com versões infantis das músicas do “ser divino” é de foder.

Felizmente as versões não têm letras. Acho que algumas crianças teriam depressão precoce ao ouvir “Construção” (sim, é bonita, mas, cazzo, convenhamos...) . E trechos como “Joga pedra na Geni/ Ela é feita pra apanhar /Ela é boa de cuspir” não pegariam bem em uma época em que cantar “Atirei o pau no gato” é crime.

"Olá, crianças. Essa é uma música que titio Chico criou naqueles duros tempos da repressão, lembram? Levantem os chocalhos e cantem comigo!"

E porque fazer versões infantis de músicas da MPB se te gente que já canta como criança? O Carlinhos Brown, por exemplo, escreve muito bem letras em “gugudadês”. Senão, vejamos:

Bog la bag la bog la bag la bog la bag labor/ Blá blá Aô aô aô aô aô blá blá”
(letra de “Bog la Bag” - duvida? Então leia aqui)

João Gilberto é outro que curte fazer música para crianças. Adora barquinho, patinho, quém-quém, essas coisas. E Caetano já enveredou por essas praias, falando de bichinhos. “Leãozinho” cairia bem. Basta torcer para a criançada fazer pouco caso da boiolice da letra. Podem achar que é um elogio à zoofilia, vai saber?

Daqui a pouco vai ter gente querendo fazer a mesma coisa no cinema. Versões infantis de filmes do Walter Hugo Cury, já imaginou? Pelo menos teria a Xuxa pelada de novo...

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quinta-feira, junho 05, 2008

DUCARALHO E PUTAQUIUSPARIU.

Meu hd quase foi pras picas. Quase uma semana de UTI. Mas estou de volta. Amanhã, se Chico Buarque quiser, tem post novo.

Enquanto isso, falando em pica, a gente ocupa espaço com um daqueles infalíveis vídeos do youtube (podem me chamar de picareta e preguiçoso, já me vacinei): o caralhocóptero.

Deviam lançar um desses nas tardes de discurso no congresso. Ou naquelas palestras pernósticas de faculdade. Acaba com o tédio. E com a palestra.



E se você esteve fora do planeta nos últimos dias, talvez ainda não tenha visto isso aí embaixo. Assista e tente classificar o vídeo. Para mim está entreputaquiuspariu e quiporraéessa?” Mas ainda não me decidi. Para mim, as duas "cantoras" compartilham um cérebro. No dia da gravação era a da direita que estava usando. Mas posso estar errado.



Até amanhã.

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