sexta-feira, outubro 31, 2008

UM NOVO TITANIC

Se você acha cruzeiro marítimo um lance brega (jantar com o capitão e a banda tocando Ray Conniff sem parar) é porque você ainda não viu nada. Que tal um cruzeiro com Zezé Di Camargo e Luciano? Faça o Cruzeiro É o Amor. Sim, quatro dias em um navio. Com eles. E mais 3.400 fãs da dupla. Vamos ressaltar: Todos juntos. Em um navio. É isso aí: você só escapa nadando.

Segundo o site, a dupla vai ficar os quatro dias no transatlântico. E os 3.400 hóspedes “vão poder conviver com os ídolos durante os dias de navegação”. Promotores, definam “conviver”. Porque há um risco da Luzicleide, que pagou a viagem em 89 prestações e deixou o marido comendo miojo em casa, pensar que vai ser naquele esquema íntimo, tipo “Zezé, posso passar bronzeador nas suas costas?” Zezé, seu eu fosse você eu nem saia do camarote.

Aguardem pelas fotos no Orkut da Cleonilda e da Dirvanilda. “Olha eu no buffet comendo ovos mexidos! Que chique!” Ou, céus, “Eu de maiô (muito gata) na piscina do navio – melhor que a Regan que eu tenho em casa!” Só para lembrar: Cleonilda (muito gata) tem 180 quilos. E a Dirvanilda é a cara e os cornos da Faffy Siqueira. Chique.

Quatro dias “juntinho” disso aí. Agora multiplique essa foto por 3.400. E com a Deoclécia como papagaio de pirata.

De acordo com o site, as vendas vão bem, obrigado (Nunca na história desse país tanta gente andou de navio com dupla sertaneja...). E eu achava que só a Marabraz faturava com os caras. Enfim, lição de empreendedorismo: unir a dupla e o mundo brega é a maior sacada de marketing segmentado do século, algo como dar CDs do Planet Hemp para os visitantes de Trindade.

Pra mim, se Deus não afundar esse troço como dizem que Ele fez com o Titanic, é porque Ele já tirou férias.

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terça-feira, outubro 28, 2008

CADA UM NO SEU QUADRADO

Venezuela tem "Chavez" como presidente e nós, em São Paulo, temos o Kiko como prefeito. É isso aí, Kassab venceu a eleição.
Quero só ver se ele vai "assumir" oficialmente.

PS: A piada infame é o melhor amigo do homem. O cachoro e o uísque já não dão mais conta...

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sexta-feira, outubro 24, 2008

VOCÊ VAI VOTAR? O AZAR É SEU!

O que me apavora em eleições não é decidir entre candidatos cada vez mais mongos. O pior é constatar que a cada eleição o contingente de pessoas supostamente politizadas se mantém. Céus, é uma marcha-ré fortíssima na evolução.
Pergunto: quem são aqueles infelizes que topam participar de comícios? Com a proibição de shows do Daniel, do Exalta Samba e merdas do tipo, o que ainda atrai essas pessoas? As frases ocas do tipo “Vamos mudar esse país”? Ou é o pão com mortadela? Mistério.

Vejo pessoas discutindo a campanha eleitoral na TV, os debates, etc. Meu Deus, quem vê esse troço? E para quê, caceta? Para “conhecer melhor os candidatos”? Vem cá: e o que há de novo neles? Alguém sabe exatamente a diferença entre os candidatos de esquerda, direita, de cima ou de baixo? Com exceção da prática em dar nó de gravata, as diferenças são mínimas. Conhecê-los não muda muita coisa: candidatos que até já passaram pela prisão continuam sendo votados. Informação não é sinônimo de sabedoria, percebam.

Em São Paulo o caso é grave. Fico pasmo diante das propostas dos candidatos: são absurdamente iguais. O que é normal, diga-se. Afinal, todo mundo sabe que a única solução para esse inferno de cidade é despejar toneladas de napalm e reconstruir tudo do zero. O resto é papo furado.

Já fui de usar adesivos, de agitar bandeirinha. Mas parei com as drogas. Hoje em dia eu voto, mas limpo as mãos depois.

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terça-feira, outubro 21, 2008

UMA MORTE A MAIS PARA ANIMAR O NOTICIÁRIO

Dez mil pessoas compareceram ao enterro de Eloá. A fila do velório era gigante, com as pessoas passando ao lado do caixão em ritmo de “deixa eu ver, deixa?” Teve matéria na TV dizendo que as pessoas compareceram para “prestar uma última homenagem”. Homenagem a quem, buana? A uma pessoa que nunca viram pessoalmente na vida? A uma celebridade da morbidez coletiva? Ou era apenas vontade de, sei lá, estar onde todo mundo estava? Isso inclui TVs, imprensa, etc. "Vai que eu apareço no Jornal Nacional?" Seria tédio? "Não tinha nada melhor para fazer, sacumé, enfim..."
Só sei que as pessoas que receberam os órgãos da garota vão ser eternamente assombradas por jornalistas com aquela falta crônica de pauta. Já vejo a manchete: “Exclusivo: mulher vive há dez anos com fígado de Eloá”. Logo embaixo o jornalista pergunta à mulher se ela gostaria de agradecer ao seqüestrador: “Tipo assim, ele não salvou a SUA vida ao matar Eloá? Saca só, doação de fígado anda meio difícil...”

Homenagem? Eu apostaria tudo em “carência”. Jornalismo? Eu diria que é “pastelaria”.

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sexta-feira, outubro 17, 2008

PASSEI O FERRO EM UM POST VELHO

Tem Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. De novo. Sim, a fábrica de filmes-chatos-indianos-e-com-nome-de-fruta-no-título continua funcionando. Já que titio está trabalhando como um condenado (sou um blogueiro de merda, mas gosto de tomar vinho e fumar charuto, me poupem), em vez de escrever post novo sobre o assunto decidi reeditar um post que, para mim, diz tudo. Ele foi escrito em 2005 – vejam como nada muda nesse mundo de Deus.

Ah, sim... semana que vem tem post novo.
COMO SOBREVIVER A UM FILME-CABEÇA (OU “TEM UM FILME AFEGÃO NA MINHA SOPA”) .
Começou aqui em São Paulo a 29ª Mostra BR de Cinema, a maior concentração de usuários de óculos quadradinhos e de alunos de semiótica do universo. Por mais de uma semana, em todos os ateliês, escolas de yoga e salas com pufe quadriculado, não se falará em outra coisa. Tá afim de encarar? Acompanhe o nosso guia de sobrevivência.

É fácil acompanhar a mostra?
Não. Sobreviver no deserto sem água por 5 dias é fácil. Sobreviver a 332 filmes não é. Ainda mais que um deles pode ser do Tibete (mas legendado em cantonês, claro...pra facilitar...). Se cada filme tiver 2 horas de duração, serão 664 horas. Para assistir a todos você levaria 27 dias. 27 dias sentado no escuro, sem sexo e nem cerveja. Descarte alguns. Sim, o do Tibete é uma boa pedida...

Faz mal assistir a tanto filme?
Pode fazer. Depois de dezenas horas de poltrona é capaz de você desenvolver hérnia de disco, hemorróidas e ainda acabar falando coisas ridículas como “O cinema coreano faz um interessante diálogo dicotômico entre fantasia e inconsciente coletivo de premissas jungianas”. Isso não é legal. E você pode perder a sua (seu) namorada(o). Que provavelmente tem mais o que fazer do que ver aquele filme sobre a vida nas savanas da Zâmbia (lá tem savana? Não sei, nunca fui pra lá...).

Quais filmes devo ver?
Não se preocupe com os filmes. Preocupe-se com as filas. São mais legais que os filmes. É nas filas que você vai exibir o seu intelecto e o seu charme descolado. Quanto maior a fila, melhor. Dá para falar para os outros que você acha Tarkovsky um deus e que o cinema espanhol é inteiramente calcado na experiência de Carlos Saura. Uma bobagem dessas. Vai parecer coisa de fresco, mas pega bem. Ok, É MESMO coisa de fresco. Mas as estudantes de letras vão adorar.

Mas eu quero ver filmes, pombas!
Ok, ok...Escolha os filmes pelo grau de “exotismo”. Não precisa gostar. Apenas tente permanecer na sala até o final. Não ronque. Leve um joguinho eletrônico, se quiser. Eu recomendo.

De quais filmes eu devo gostar?
Ótima pergunta. Você não pode curtir ou detestar qualquer filme. Deve seguir o gosto da média. Aqui vai um resumo. Todo filme asiático é bom. Mesmo os pavorosamente ruins. Filmes espanhóis são corretos e os iranianos são “difíceis e intensos”. O que, lógico, não quer dizer muita coisa. Dores de barriga também são difíceis e intensas. Mas filme cabeça é assim mesmo: complicado de explicar.

Mas como eu vou reconhecer os filmes asiáticos, espanhóis e iranianos?
É fácil, né? Nos filmes asiáticos todo mundo tem olho puxado, nos espanhóis todos fazem sexo e nos iranianos tem sempre uma criança correndo atrás de uma bola ou uma pipa. Que, como você deve saber, não são bolas ou pipas, mas sim metáforas do desejo reprimido de liberdade.

O que falar na saída do cinema?
Faça o seguinte: coloque as mãos no peito, respire fundo e diga: “É báááárbaro!” Pronto, você será visto como uma pessoa sensível.

Mas para que eu vou ver os filmes da Mostra?
Para ampliar os seus horizontes cinematográficos. Para alimentar a alma...Para...ah, quer saber? É para ficar bem na fita. Só isso. E também para desfilar com aquele casaco novo seu. Se existe outra razão eu não sei...

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sexta-feira, outubro 10, 2008

QUANTO VALE UMA GALISTEU?

A ficha caiu para os investidores, que descobriram que subprime de cu é rola. E está caindo para outros figurões do mundo real, que também estão caçando os seus “títulos podres”. Sílvio Santos descobriu que pagar 500 mil reais mensais para um cabide amestrado como a Adriane Galisteu é roubada. Está oferecendo 100 mil para ela.
Dica do Titio Walter: Galisteu, aceite. Com essa grana dá para você fazer uma operação para levantar o peito. Convenhamos, ele viu dias melhores.

Mas não deixa de ser assustador. Se a Galisteu fosse um índice, sei lá, o IGALISTEU, a queda seria de 80%. Pode ser o começo de outra crise, só que essa iria derrubar celebridades supervalorizadas e que, tal qual os títulos imobiliários americanos, não valem um peido. De quanto seria a queda do elenco da novela “Os Mutantes”, da Record? E o índice Roberto Justus? Quanto cairia depois que o pessoal do Federal Reserve ouvisse o disco dele? Céus, ia ser uma chuva de investidores da Revista Caras pulando dos prédios.
Ok, não é uma má idéia...

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sexta-feira, outubro 03, 2008

JÚNIOR, UM CARA DE ATITUDE

Depois de criar a banda com o nome mais Edson Cordeiro de todos os tempos (“9 mil anjos” - Deus do céu, até o Ronaldo Ésper teria vergonha...), Júnior quer provar que o negócio é sério. A banda já lançou a primeira música, “Chuva agora”. Aqui vai um trecho:

“Depressa me atenda
Precisamos de melhor nível cultural
De maneira geral”


Não fica claro se o sujeito da frase é a banda ou, sei lá, a sociedade como um todo. Como eles rimam “mundo” com “segundo” e “cultural” com “geral”, acho que é a primeira alternativa. Bacana mesmo é o cabelo com corte “radical” do garoto e a pose de bad boys da banda. Ouvi falar que tem uma dúzia de velhinhas esclerosadas com medo. Invocado pacas, aê!

Nesse pique Júnior vai levar fácil o prêmio “Garoto Supla do ano”. O prêmio é destinado a esses pobres meninos bem nascidos que, por falta de programa melhor para o sábado à noite, fazem cara de mal e exploram musicalmente a sua revolta existencial. Um prato cheio para adolescentes que ficam putos com as mães que proíbem o consumo de sucrilhos com leite integral. Faz mal para dieta, vocês sabem.

Fico imaginando o público que iria ver um show deles. O Clube do Mickey deve ter gente mais perigosa. Aposto que o disco vai vender horrores. Mas só entre meninas que ainda não menstruaram...

PS: Eu errei algumas das previsões sobre o futuro do garoto. Pois é, parece que vai ser pior do que eu imaginava...

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