TEM UMA ELEIÇÃO NA MINHA SOPA

Gostaria de saber quando, e em que universo, alguma campanha eleitoral teve “alto nível”. E o que teria, de fato, uma “campanha de alto nível”? Discussões sobre política cambial? É pedir demais para um povo que nem sabe calcular juro composto.
Mesmo que algum candidato apresentasse um plano de governo consistente, não faria diferença. Tiririca e Weslian Roriz tiveram milhões de votos sem apresentar uma proposta concreta sequer. Ninguém vence eleição com idéias e conceitos, Juquinha. Vence o slogan mais grudento. Ponto.
E reclamar de “baixo nível” em campanha eleitoral equivale a se incomodar com nudez em uma orgia. Só para comparar: nos EUA a campanha se alonga por mais de ano. Os candidatos têm a vida revirada do avesso. A imprensa espreme os caras até o osso e não perdoa nem as famílias. Por aqui é diferente: não se pode encurralar os candidatos sob o risco de ser acusado de afrontar a maturidade democrática – outro mito de nossas terras. Democracia madura que se preze não precisa de tantas babás, confere?
Por isso, vote, mas deixe suas paixões pseudo-ideológicas em casa. A experiência diz: quem tem muita certeza de suas convicções políticas ou é burro ou ingênuo. Vai por mim: o ceticismo ainda é o melhor antibiótico.
Marcadores: jornalismo boçal