QUE A NATUREZA SE DANE

Nós não pedimos para ser a espécie dominante na Terra. Os animais estão cansados de serem caçados? Sinto muito: esforcem-se mais da próxima vez e peguem um lugar melhor na cadeia alimentar.
Por que eu tenho que me preocupar com raposas e focas? Aposto que, se pudessem, elas é que usariam casacos de pele humana. Se leões tivessem espingardas e jipes tenho certeza que fariam safáris para nos caçar nas férias.
Existem milhões de espécies de animais. De repente nem precisamos de todas elas. A gazela de chifre azul está desaparecendo? Ok, ainda tem a de papo dourado, a de rabo grená, etc. Talvez não faça falta, sei lá.
E dizer que somos cruéis com os animais é exagero. A natureza já é cruel com eles. Você acha a Baixada Fluminense barra pesada? É porque nunca viu um documentário sobre o fundo do mar. Os peixes comem uns aos outros, sem pedir ou aplicar anestesia. Caem de dente em cima e pronto.
Aliás, vocês sabem como uma aranha se alimenta? Ela injeta veneno paralisante nas suas vítimas. Em seguida, injeta ácido para dissolver o bicho por dentro. VIVO! E depois chupa tudo de canudinho. A natureza é sábia? Ela é cruel, isso sim.
E seria cruel conosco também, se déssemos mole. Se as aranhas fossem grandes e inteligentes aposto como frequentariam rodízios de gente: "Quer um pedaço de asiático ou vai esperar o caucasiano ao alho?" Por isso, sempre que vejo uma aranha eu piso e sapateio. É para mostrar quem manda na bagaça. Vai que uma delas começa a ter sonhos de grandeza?
Enfim, somos a espécie dominante do planeta. E quem domina tem privilégios, sinto muito. Mas se os golfinhos ou pinguins quiserem o nosso lugar eu topo passar o comando numa boa. Desde que me deixem no zoológico, quietinho. Teria comida e tratamento médico de graça. E todo mundo diria “Olha que coisa fofa aquele humano!”
Juro, eu topo mesmo.
Marcadores: jornalismo boçal