PAREM DE PENSAR! ISSO PROVOCA ESPINHAS!
Eu explico: eu tenho pavor de certas palavras como “reflexão” e “repensar”, por exemplo. Reflexão, para mim, é eufemismo para “masturbação filosófica rebarbativa”. O pior é que os praticantes desse onanismo mental, ao contrário dos punheteiros de verdade, gostam de curtir o vício em público. Deviam se trancar no banheiro com um livro de Descartes. Pessoas absolutamente desqualificadas para o exercício mental, como cantores, pintores, cineastas e estilistas, adoram “refletir” sobre a vida, a desigualdade social e até a finitude do universo. E aí? Não dá espinha na testa nem cabelo nas mãos?
Estilistas, por exemplo: Alexandre Herhcovitch não lança mais coleções. Ele prefere “repensar a geografia da guerra misturando em um look elementos dos uniformes de diferentes exércitos”. Não ria, estava numa resenha da SP Fashion Week. Como se usa uma “reflexão” sobre o corpo? Dá para enxaguar na máquina ou precisa lavar a mão? É isso: a ONU não precisa de diplomatas. Precisa de estilistas. Eles não resolvem as guerras, mas, uau, você viu que luxo aquele tailleur?

Toda vez que um cineasta “reflete” sobre a pobreza nas favelas, eu já sei o que esperar: nada de soluções, nenhuma idéia que preste, mas uns três Kikitos a mais na casa de campo do Cacá Diegues. Caetano Veloso fez uma “reflexão sobre Guantánamo”. E o que ganhamos? Uma resposta do Fidel e 50 jornais cobrindo o bate-boca estéril. Caetano faturou umas linhas a mais na imprensa, Fidel continua gagá e os presos continuam lá. É como masturbação mesmo: dá prazer mas, putz, e o vazio depois?
Dizia-se que a masturbação provocava demência. No caso da masturbação reflexiva acho que a demência vem antes.
Marcadores: jornalismo boçal