A GRIPE SUÍNA AINDA VAI TE PEGAR

Eu acho meio engraçado quando as autoridades nacionais se mobilizam contra uma epidemia internacional. Sério, me digam se dá para confiar quando os caras dizem que a gripe suína não vai afetar o Brasil? Juquinha, somos o país de Malufs, Quércias, Sarneys e Magalhães. Ou seja, nosso negócio é construir estradas, viver de gigantismo oco. Saúde não é nosso forte. Óbvio ululante: construir estradas dá grana, mas salvar vidas é um negócio pouco lucrativo – com exceção de ambulâncias e outros bens materiais, bem entendido.

Se tem gente infectada até na Alemanha, o que impede do bicho barbariar por aqui? A gente nem consegue dar conta de doenças medievais como a cólera, como vamos barrar a chegada de uma nova praga? Aqui os governos ainda suam para acabar com a dengue, uma doença típica de país de 3ª divisão que não consegue fazer saneamento básico e matar uma porra de um mosquito.

Gostamos de posar de bacanas e desenvolvidos, queremos ter submarino atômico e vaga no conselho de segurança da ONU. Mas a gente ainda tem uma condição pré-colonial de vida. A gente sonha com a casa grande, mas vive na senzala.

E, para piorar, o Lula disse que a gripe não abala o Brasil. Se for como a previsão da marolinha, eu aconselho você a já comprar o seu jazigo. Já tratei de dar sumiço até no meu cofrinho de porco, por via das dúvidas.

VOCÊ TWITTA NO MEU TWITTER?

A humanidade está mudando. Bons tempos aqueles em que uma coisa só virava onda quando tinha alguma utilidade. Foi o caso do fogo, descoberto por um homem das cavernas que espalhou logo a notícia e criou uma novidade que todo mundo adotou. Agora alguém inventa um troço inútil, mas, tipo assim, muito “interativo, manja?”, e todo mundo adere só para não ficar de fora, mesmo com a escassez de virtudes no quesito “utilidade”. É o que acontece com o Twitter. Está todo mundo aderindo, mas sem saber o porquê. É como festa de nerd: pinta um monte de gente, mas ninguém tem idéia de como se divertir de verdade.

Criaram uma conta no Twitter para mim (obra do André Pudiesi, o dono do blog com o nome mais legal do mundo), antes que algum picareta criasse. Ok, aderi, mas estou como a velhinha que ganha um videocassete: sei apertar o play e olhe lá. Se você quiser perder o seu tempo ver as merdas que eu escrevo na bagaça, fique à vontade e clique aqui. Vamos ver até quando vou insistir nessa bobagem.

Pois é, os blogs nasceram assim: era uma coisa inocente, para o povo tascar fotinhos e poemas de quinta. Aí virou coisa séria. Agora neguinho se mata para ganhar visitação, fazem palestras sobre monetização e muitos blogueiros acreditam seriamente que estão cumprindo algum papel na sociedade (pausa para os risos da platéia). Mas os blogs continuam como um cacoete tecnológico. E a qualidade dos poemas não mudou. O Twitter está um passo à frente: é mais inútil do que um blog, mas virou hype logo de cara. Sinal de que a humanidade está mesmo evoluindo em marcha ré.

São 140 caracteres, no máximo, para cada post no Twitter. Para essa geração meio acéfala do “de onde tc?” acho que é até demais...

GEORGE CARLIN - ÍDOLO NÚMERO 1

A comédia stand-up está em alta, assim como o suposto “humor inteligente”. Ok, é melhor do que Zorra Total. Mas eu só vou me dar por satisfeito quando pintar por aqui alguém com a verve do George Carlin, um velho comediante americano sacana que, infelizmente, já morreu.

Enquanto no Brasil os comediantes evitam bater onde dói, Carlin criticava absolutamente tudo. Procurem os downloads de seus shows. Aqui vai um link para “It´s bad for ya”, o seu último espetáculo antes de bater as botas (legendado/em torrent).

E aqui vão alguns exemplos do que Carlin dizia. Um vídeo sobre Aquecimento Global (que você talvez já tenha visto)...



...e um vídeo sugerindo uma ótima solução para os sem-teto:



Humor crítico e inteligente era o que esse cara fazia. O resto é "A Praça é Nossa".

PS - Youtube: o melhor amigo do blogueiro preguiçoso...

E SE SUSAN BOYLE FOSSE BRASILEIRA?

Sim, você já viu o videozinho da escocesa que surpreendeu a todos no programa Britains Got Talent. Feiosa, desarrumada e, o-oh, sem nunca ter beijado um homem, Susan Boyle virou sensação na Net com sua voz arrebatadora.

Ok, old news. Vamos ao que interessa: e se Susan fosse brasileira? E se ela se apresentasse no Faustão ou em algo parecido por aqui? Faria sucesso? Neca, meu chapa. Aqui o que vale é o pedigree. Se ela se apresentasse ao lado da, sei lá, Wanessa Camargo, perderia feio. E Wanessa ainda seria elogiada pelo “jeito esforçado”.

Vejam, a Preta Gil está até hoje na mídia. Preta Gil cantando parece um ouriço torturado. Mas como a monarquia ainda vale na MPB, Preta continua recebendo elogios dos vassalos que infestam as redações. DNA é destino, Juquinha.

Para as cantoras fubangas brasileiras sem um bom pedigree a única solução é virar sapatona. Funcionou com Zélia Duncan e Cássia Eller, como vocês sabem. A sorte de Susan é ser britânica. Lá, as feiosas até descolam príncipes (o Charles é feio pra dedéu, mas pelo menos tem poder). Por aqui ela seria obrigada a encarar a Simone.

ENFIM, UM CRÍTICO COM CULHÃO

Quem tem a minha idade (dica: eu assistia Speed Racer e Ultraman quando era moleque) se lembra das matérias do André Forastieri. Elas pipocavam na Folha, na Bizz e em outros lugares relevantes - hoje em dia o jornalismo cultural está mais por baixo do que ações do Lehman Brothers. Ele ainda está por aí e continua o mesmo. Um dos poucos críticos com culhão que restaram.

Ele está fazendo uma lista dos 45 piores discos do Pop Nacional. A parte 3 está aqui. O único defeito da lista: são apenas 45 discos. É pouco. Eu aumentaria para uns 387, talvez. Obedeça o titio Walter e leia.

VOCÊ VIU O FILME DO DANIEL?

A idéia de que o brasileiro é solidário nunca passou de uma piada na qual uns otários acreditam. Mas não é que tem gente demonstrando uma imensa boa vontade e espírito samaritano? Pena que seja uma solidariedade mesclada a um certo masoquismo. É incrível, mas ouvi um monte de gente falando que foi ver a refilmagem de “O Menino da Porteira”, com o cantor Daniel, o Sérgio Reis com “ab toner".

O filme nem esquentou muito o assento e já está saindo de cartaz. Mas mesmo assim tem gente comentando, dizendo que curtiu. Não estranhe, mas são pessoas que não gostam de música sertaneja, não sabem a diferencia entre um pé de feijão e uma samambaia e acha boi um bicho fofinho, desde que fatiado e mal passado. São pessoas supostamente cultas e antenadas, que sabem o que rolou no último capítulo de Lost e fingem ler Tolstoi para não pegar mal no almoço com amigos.

Sabe o que é isso, Juquinha? É a volta do lema “vamos prestigiar o cinema brasileiro”, um lance meio “vamos dar amendoim aos macacos” – a diferença é que nesse caso os primatas têm verba pública. A solidariedade e a condescendência com a classe artística nacional é antiga. É como cuidar de bebês: eles cagam, mijam e babam, mas não são uma gracinha? Não duvide: quem elogia o filme também acredita que as novelas “são um retrato da nossa realidade”.

O diretor do filme é Jeremias Moreira, o mesmo que dirigiu a primeira versão. É um caso curioso de reciclagem dos próprios dejetos. Nada contra quem viu o filme para “conhecer o Brasil real” e ver histórias “do nosso povo, nossa gente”. Mas, sinceramente, esse lance de menininho pedindo para boiadeiro “tocar o berrante” é meio esquisito em tempos de CPI da pedofilia.

O SUBSTITUTO DE SULLIVAN E MASSADAS

Enquanto tem gente desesperada para encontrar o novo superastro pop (Júnior e sua banda 9 Mil Anjos? Pfff...) eu sugiro que aceitem Inri Cristo de uma vez por todas como um gênio da música. Você já deve ter recebido a nova criação do “mestre”: “Não diga não”, um cover picaretaço de Rehab de Amy Winehouse. Sim, é de uma cretinice incrível. Mas é mais honesto do que 80% do que a MPB vem produzindo. Dá uma olhada:



Quem acha as meninas meio mongas, lesadonas, deve reconsiderar. Basta ver os vídeos da Mallu Magalhães no Faustão para ver que tem gente bem mais retardada por aí (notem a articulação refinada e os comentários inteligentes do tipo “A-ham...”) :



Inri Cristo deveria entrar nas trilhas sonoras de novelas da Globo. Urgente. Se as duas panacas (as "inrizetes"?) dançassem de biquininho o processo talvez fosse mais fácil. Com o axé dá certo...

DEUS LANÇOU UM LIVRO

As divindades gregas viviam sacaneando os mortais. Imagino que Chico Buarque também esteja se divertido bastante, já que ele é deus. Só mesmo uma divindade com muito espírito de humor se dá o trabalho de lançar um livro em um país de analfabetos.

Que fique claro: Chico é mesmo um grande escritor (sim, Juquinha, estou falando sério). Estorvo é um livro bem interessante. Mas por que Chico se dá o trabalho de escrever romances com começo, meio e fim? Bastaria ele transcrever meia dúzia de arrotos e o sucesso de vendas já estaria garantido.

A diversão de Chico deve ser observar os críticos se desdobrando para falar de suas obras literárias. Tem crítico dizendo que o novo livro traz influências de Machado de Assis. Não duvido. Mas a maioria dos críticos arranja sempre um jeito de meter machadão em tudo, senão perde o bônus no final do ano. De qualquer forma, eles não poderiam falar mal do livro. Como todo deus, Chico tem uma Al-Qaeda para queimar os hereges que ousam criticá-lo.

Saber ler no Brasil é uma extravagância. Escrever, então, nem se fala. É por isso que tanta gente insiste em escrever livros. Caetano já tentou, mas com resultados no mínimo engraçados (entenda o que eu quero dizer aqui... aqui... e aqui também). Chico devia relaxar, comer umas tietes e dar um tempo na literatura. Deus descansou depois de seis dias de trabalho, lembram? Chico já está há mais de décadas escrevendo. Deve ser Prozac, não sei.

Escrever livros é complicado demais. Chico poderia tentar outra coisa. Pintar quadros abstratos, quem sabe? Não precisa saber pintar. Se ele derrubasse um balde de tinta em uma tela já provocaria um baita alvoroço na imprensa. Se os artistas plásticos pregam moscas na parede e chamam de arte, por que Chico não pode brincar também? Relaxa, Chico!

LIBERDADE, LIBERDADE, ABRE AS ASAS SOBRE NÓS

Um idiota só pode ser curado com outro idiota. Deve haver algum estudo científico sobre isso. O Bruno, do blog Deixa pra quem sabe, sacou a parada e lançou a campanha "Free Dado". Segundo Bruno, Dado Dolabella, com o seu jeito sui generis de ser, é a única pessoa capaz de lidar com a pernóstica Luana Piovani.

Jamais imaginei que alguém acharia uma utilidade para o Dado. Já havia pensado em adubo, mas a idéia do Bruno parece mais legal.

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