sábado, dezembro 31, 2011

PARA DAR ADEUS A 2011

2011 acabou. As pessoas me desejam "muita energia para 2012". Queridos, seu eu quisesse energia eu iria a uma padaria e comprava um pacote de Duracell. Desejar “dinheiro, sucesso e vida eterna” é mais legal.

Também não adianta me desejar um ano novo de muita saúde, pois pretendo seguir a tradição de excessos e passar as festas enchendo o bucho de comida pesada e vinho. Lamento.

E como eu gosto de seguir tradições de fim de ano, aqui vai uma retrospectiva tosca de 2011, com base em alguns textos do meu Twitter: 

Política
-O Peixe Urbano tá com uma promoção incrível: "Rodízio de Ministros". A Dilma já comprou.

-Tiririca indicado para Comissão de Educação e Cultura. Agora falta indicar Maluf para a Comissão de Ética. 

Música
-Amy Winehouse. No pó viveu, ao pó retorna.

-Cheiro dos banheiros incomoda fãs do Rock in Rio. Duvido que o cheiro seja pior do que o show do Ed Motta. 

Revoltadinhos (na USP e em Higienópolis)
-Polícia que prende alunos é "repressora". E alunos que atiram pedra em jornalistas são o quê? Cartas para a redação, please.

-Churrascão da gente diferenciada juntou 300 pessoas. Sem susto: povo de Higienópolis deve ter o mesmo número só de segurança. 

Celebridades
-Rafinha pede demissão da Band. A Wanessa Camargo também podia pedir demissão da música. Mancada por mancada, as dela são piores.

-“É possível ter prazer anal", diz Sandy. Sei. Deve ter aprendido com o irmão. 

Mundo
-No Japão é necessário uma onda quilométrica para inundar o país. Aqui bastam 20 minutos de chuvisco.

-Times: "Cai ditador do Egito". Folha: "Mubarak renuncia". Caras: "Suzana Vieira mostra seu apê". 

TV
-Hoje começa "A Fazenda". Nem no Animal Planet você vai ver tanto animal estúpido junto.

-Ver BBB é como observar um aquário: cabeças de bagre sem roupa zanzando em um cubículo e brigando por comida.

Sobrinhos, feliz ano novo. Desejo um 2012 livre de Caetanos, Mallus e  Pretas. Não custa sonhar, não é?

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quinta-feira, dezembro 22, 2011

REDEFININDO O NATAL

Natal é como cerimônias de casamento e formaturas: são eventos importantes, cheios de significados, mas potencialmente bregas. A gente  fica com a sensação de que a Hebe Camargo está por trás de tudo.

São Paulo, por exemplo, desde o fim de novembro virou uma filial de Las Vegas. A cidade foi invadida por zilhões de lampadinhas piscantes. É engraçado, mas aposto como tem muito ambientalista que está gastando meia Itaipu para iluminar suas 856 luzinhas paraguaias da sala.

A trilha sonora da época já foi pior. Os supermercados estão evitando a piada fácil de tocar Simone. Mas insistem em resgatar velhas músicas de Frank Sinatra, com letras datadas sobre tobogã e lareiras. Gosto do Frank, mas toda vez em que eu vou a um Shopping Center e ouço esse tipo de música tenho a sensação de que o Amaury Jr vai pular na minha frente com uma taça de champagne na mão.

E tem essa estranha sensação de suar debaixo de um calor de 40 graus e ver neve, renas e o Papai Noel encapotado nas vitrines. Está na hora de acertarmos geograficamente o Natal. Papai Noel poderia vir de bermuda e chinelos. Eu acharia mais coerente. Aliás, seria legal avisá-lo para não perder tempo procurando chaminés nas casas. O risco é ele entrar em alguma chaminé de Cubatão e terminar no hospital com alguma infecção pulmonar.

Na verdade, a lista de elementos ridículos do natal é longa. Envolve “Ana Maria Braga de toquinha natalina” e, claro, “lista de presentes de amigo secreto”. A Folha de São Paulo publicou a dela. E, pasmem, sugeriu o disco eletrônico da Gal Costa, além dos novos trabalhos de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães. Se eu desse presentes desse naipe, não seria convidado nem para bingo.

Enfim, já que as contra indicações são inevitáveis, me resta agradecer para o santo que inventou o chocotone. Nada como chocolate e gordura hidrogenada para aliviar a barra. Feliz natal para vocês, leitores. Podem abusar do chocotone. Eu recomendo.

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sexta-feira, dezembro 16, 2011

OS MELHORES E PIORES DO ANO.

Fiz uma lista dos melhores e piores do ano para o site Fábrica de Quadrinhos. Replico a lista logo abaixo. Assim você termina o ano com a deliciosa certeza de que o ano teve muito mais destaques degradantes do que memoráveis. 

-Melhor Coisa Pra Se Ver no Cinema:
“Um Conto Chinês” - argentinos mostram como se faz um filme bacana sem torrar nosso saco.

-Pior Coisa Pra Se Ver no Cinema:
“Saga Crepúsculo, Eclipse” vampiros fashion envergonham Vincent Price. 

-Melhor Coisa Pra Se Ver na Tevê:
"Big Bang Theory” - quem diria... ciência, nerds e humor juntos! E isso funciona.   

-Pior Coisa Pra Se Ver na Tevê:
“A Fazenda” e “BBB”ambos atingiram um inédito nível de mediocridade. 

-Melhor Coisa Pra Se Ouvir: 
“Sparkler”, Ringo Deathstarr - meu rock é assim: simples, bronco, ruidoso, viajante e sem frescura. Camelo, aprenda! 

-Pior Coisa Pra Se Ouvir:
 “Recanto”, disco eletrônico da Gal Gosta - A piada de mau gosto do ano. 

-Melhor Coisa Pra Se Ler:
“Guia politicamente incorreto da América Latina”, de Leandro Narloch - Por quê? Porque adoro quem chuta a canela do senso comum. Sendo justo ou não. 

-Pior Coisa Pra Se Ler:
Qualquer livro com monge, padre ou Ana Maria Braga na capa.

-Melhor Momento:
Povo se manifestando contra ditadores e crises. Mas só lá fora. Por aqui só rola “manifestação umbigo” de aluno da Usp.

-Pior Momento:
Maria Bethânia tentando descolar grana com um blog. 

-Melhor Vídeo no YouTube:
Tiozinho argentino enlouquece vendo jogo de futebol.

E você? Tem a sua lista? Deixe nos comentários! Deve ter mais lixo que eu acabei esquecendo.

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quarta-feira, dezembro 14, 2011

SEJA ESCALPELADO POR 500 REAIS

Não me lembro qual foi o último grande show que eu vi. Ando me recusando a ir nesses eventos. Sou um dos poucos brasileiros que não têm manha para descolar uma carteirinha falsa da Une para garantir uma meia entrada. Pode me chamar de bundão, se quiser.

Como não tenho carteirinha, não acho legal pagar 350 pilas para ver um show que o filho de banqueiro vai ver pela metade - só porque é estudante. E tem o lance da idade. Depois dos 40, tomar pisão e ficar 8 horas sem poder ir ao banheiro deixa de ser divertido. A gente fica meio exigente – Vinho Chapinha, por exemplo, nunca mais.

Os empresários reclamam do custo Brasil. Fazer show é caro mesmo. Mas aí eu lembro que esses shows têm sempre uma área vip, que é reservada para os Hucks e Angélicas ficarem bebericando champagne. De graça. E sem gostar da banda. O Huck poderia pagar os 500 paus e levar a bebida de casa, certo?

Lollapalooza? O ingresso mais barato custa 300 pilas. Eu só conheço meia dúzia de bandas. Desanima. Mas aposto que a Ana Maria Braga vai ganhar ingresso. Ela, que é LOU-CA por Foo Fighters, né?

Mas o pior é quando acontece isso aqui: João Gilberto anunciou show em São Paulo. O ingresso mais barato era de (pasmem) 500 pilas. E aí, cancelaram o show. Pior: quem comprou o ingresso vai receber a grana de volta em 3 prestações, sem a taxa de serviço. É isso aí: o cara é extorquido à vista e é reembolsado a prazo. E nada de explicações.

Agora, calcule aí, Juquinha: 500 paus para ver um circo com 30 malabaristas e 80 palhaços, vá lá. Mas pagar 500 reais para ver um cara no palco com um violãozinho? Putz, quanto custa o uisquinho do João?

Além disso, pagar para ver João Gilberto é uma atitude de risco. Ninguém garante que o cara não vai ter um chilique e abandonar o palco porque alguém tossiu na 23ª fila. Melhor é vê-lo em DVD. Custa pouco. E a chance dele parar o show é nula.

Se é para ver patinho fazendo quem-quem, prefiro o sofá de casa.

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terça-feira, dezembro 06, 2011

QUANDO O CINEMA PERDE A PRETENSÃO

Sabe toda aquela pretensão que eu crítico em 90% dos filmes brasileiros?  Aquela mania de tentar explicar a vida, o universo e o embate social com dois teoremas de Pitágoras por cima? Então, os argentinos parecem não sofrer muito desse mal.

Comprove vendo “Um Conto Chinês”, filme dirigido pelo argentino Sebastián Borensztein (larga a mão de ser bairrista, Juquinha!) que ainda esta passando em alguns cinemas do país. Se não der para ver em tela grande, alugue o DVD (prometido para este mês). Mas veja. O trailer dá uma ideia de como o filme vale a pena:



Um Conto Chinês consegue ser uma comédia divertida e sensível. Fala de tolerância, vida, solidão e toca em feridas nacionais (Guerra das Malvinas) sem fazer discurso. O que por aqui é uma raridade. Salvo poucas exceções, comédia nacional tem que ter Bruno Mazzeo, Ingrid Guimarães e um travesti caricato, senão ninguém lança. Ou então é um manifesto sem graça de alguém querendo impressionar os amigos do curso de cinema.

Quando é que a geração Daniel Filho vai aprender?

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sexta-feira, dezembro 02, 2011

FUJAM! AÍ VEM A GAL COSTA ELETRÔNICA

Corram para as montanhas! Escondam seus filhos! Furem seus ouvidos. Vem aí o lançamento mais bizarro dos últimos tempos: um disco de música eletrônica de Gal Costa! E quer mais? O disco foi INTEIRAMENTE escrito e produzido por Caetano Veloso! Ok, ok, pausa para você respirar.

Sim, sobrinhos, é isso que acontece quando medalhões não dão mais no couro: eles se metem a fazer “reinvenções”. Bancam o camaleão para mostrar que estão “antenados” com as novas tendências. Os “deuses” da MPB são craques nesses micos. Gilberto Gil descobriu o punk quase uma década DEPOIS que o movimento foi lançado - lembram de “Punk da periferia”? Pois é.

O disco promete. Um álbum que vai ter faixas com nomes como “Autotune autoerótico” e “Miami maculelê”, uma homenagem ao funk carioca (sério), não pode ser comum (não estou inventando os nomes, pode acessar o link ali em cima se você não acredita!). E lendo a matéria, a coisa vai ficando pior: “O disco é uma extensão do Tropicalismo”, diz Gal. Deus tenha piedade.

Apelar para o tropicalismo, esse cadáver insepulto da cultura nacional, é um truque barato para conquistar turistas e ouvintes deslumbrados. Lógico, essa mistura indigesta vai ser vendida como um produto “ousado”: “O trabalho tem uma carga de agressividade estética e temática que é de ponta”, diz Caetano. Regurgitar tropicalismo é mesmo revolucionário, não é, sobrinhos?

Caetano entende tanto de música eletrônica quanto eu de neurologia. E Gal Costa, que adora fazer regravações para remoer o exaurido repertório da MPB, é tão ousada quanto uma freira no carnaval. Quem vai ser o próximo a se reinventar? Deixa eu adivinhar: Maria Bethânia vai lançar um disco de axé, certo?

Como vingança, podíamos convocar Fatboy Slim e Chemichal Brothers para lançar discos inspirados na MPB. Quem sabe assim esses coroas param com essa mania besta?

Céus, cadê esse fim do mundo que não chega??? 

PS: os links em Fatboy Slim e Chemical Brothers foram colocados para mostrar aos desavisados como se faz música eletrônica  DE VERDADE.

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sexta-feira, novembro 25, 2011

ATORES GLOBAIS VÃO SALVAR O MUNDO?

Sim, eu também recebi o link do vídeo com os artistas globais fazendo mobilização para o movimento Gota d´água. Acho divertido ter que botar a Maitê Proença tirando o sutiã para fazer as pessoas prestarem atenção em uma questão importante. Fico imaginando que se ela tirasse a calcinha talvez até o Sarney fosse deposto, vai saber? 

Pessoas acreditam muito mais em atores globais do que em qualquer especialista. Vocês se lembram do ator Rubens de Falco? Ele interpretou um vilão na primeira versão de Escrava Isaura e foi xingado por várias pessoas na rua. Gente que não sacou esse lance de ator interpretar um papel, manja? Enfim, se Tarcísio Meira pedir para defendermos a pena de morte, aposto que no dia seguinte teremos gente na rua batendo panela.

O problema é que continuo achando que a causa ambiental é usada port muita gente como uma espécie de detergente de consciência: gente que não sabe o que fazer para ficar bonito na fita e acaba defendendo os macacos e as florestas – só porque defender gente de verdade como órfãos e deficientes é bem mais complicado.

É o caso da perua que acha que devemos defender o meio ambiente, desde que não interfira no direito dela de gastar energia à vontade com secadores de cabelo e ar condicionado para os casacos de pele. E do garotão que defende a Mata Atlântica, mas joga saco plástico no rio e toparia comer barbatana de golfinho numa boa se a Ana Maria Braga dissesse que é chique.

É engraçado, mas comigo esse lance de campanha global costuma funcionar ao contrário: normalmente eu não abraçaria uma causa defendida por Bruno Mazzeo e Ingrid Guimarães. Nem que pandas abinos estivessem na jogada.

Mas a campanha deu certo. Muita gente se sensibilizou com a  cara da Cissa Guimarães bravinha. Fica a dica: que tal atores globais defendendo o fim da fabricação de Crocs, a proibição de shows da Maria Bethânia e dos programas do Tom Cavalcante? Eu sairia às ruas na hora.

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terça-feira, novembro 22, 2011

ISSO, VAMOS DESESTIMULAR AS PESSOAS A LER

Dica de post enviada pelo leitor Carlos Andino

Em 2012 você já tem uma escolha perfeita para dar ao seu “Inimigo Secreto”. É o livro “Como assim, Bial?”, que vai trazer discursos de Pedro Bial no Big Brother. Três vivas para todos os editores espertinhos. Hip-hip-hurra.

O livro será uma compilação daqueles ensinamentos “profundos” ditos por Bial nas eliminações dos “gladiadores” do programa.  Pelo “sucesso” que a maioria atinge depois que sai da casa, os ensinamentos são mesmo uma merda.

Se você acha que a sua estante de livros não esta fedendo o bastante, pode comprar. Aproveite e compre esses outros grandes livros de celebridades marcantes: 

"Ele - Maluf, trajetória da audácia", biografia sobre Maluf: ideal para quem se preocupa com ética e lisura na vida pública. 

"Serena", livro escrito por Vera Vischer: nada mais inspirador do que um livro escrito por uma ex-miss barraqueira e adepta de “aditivos” químicos.

"Faça a festa e saiba porque", guia escrito por Fábio Arruda: porque um ex integrante de A Fazenda deve saber tudo sobre etiqueta e elegância, certo? 

"Trilogia do prazer"biografia de Enoli Lara: Ei, é uma biografia de ex-modelo da Playboy! Preciso dizer mais? 

À Espera dos filhos da luz, livro escrito (???) por Ana Maria Braga: mulher que conversa com papagaio decide escrever um livro místico. É ou não é “um tudo”? Juro, eu ainda vou comprar essa bagaça para resenhar e tacar fogo, me aguardem.

Olha, com esses livros soltos por aí eu começo achar o analfabetismo uma boa ideia. 

PS: sobrinhos, se vocês souberem de mais livros edificantes como esses, deixem dicas nos comentários. Titio vai adorar indicá-los para outros leitores. Prometo NÃO ler nenhum deles.

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sexta-feira, novembro 18, 2011

CHEGA DE CREPÚSCULO

Quem não estiver sofrendo com as espinhas da puberdade fica proibido de ir ao cinema nos próximos dias. Estreou o filme Amanhecer, a primeira parte do final da saga Crepúsculo, que vai se espalhar pelas salas do país como doença venérea em época de carnaval.

Se você não gosta de ver meninas de aparelhos nos dentes gritando histericamente, sugiro evitar shopping centers e afins. Tive a “felicidade” de assistir ao primeiro filme da saga. Além do enredo que fez muitas novelas das seis se transformarem em clássicos da literatura, eu ainda tive que agüentar 4 adolescentes que passaram o FILME TODO falando e surtando em faniquitos hormonais.

Sério, desde quando os monstros do cinema ficaram tão viadinhos e panacas? Jurei que nunca mais veria um filme com vampiros na vida. Nem que o Bela Lugosi ressuscite e desça o cassete nesse bando de vampirinhos fashion.

Não entendo essa euforia juvenil com a série. O ator principal tem a expressividade de uma lata de cal. A atriz tem o mesmo sex appeal de um ladrilho. E os dois passam o filme fazendo cara de criança com prisão de ventre, gemendo e suspirando o amor não consumado.

Normalmente esses dois já estariam em um baile de funk proibidão, beijando mooooiiito. Pregar castidade para uma platéia com hormônios em fúria é sadismo, vamos combinar?

E para prejudicar ainda mais a verossimilhança, os dois pombinhos agora se casam e vêm passar a lua de mel no Rio de Janeiro. Sem serem assaltados nenhuma vez! Felizmente os personagens da saga não são brasileiros. Senão, em vez de vampiros teríamos sacis pernetas e curupiras com pé virado. Pois é, os monstros brasileiros se parecem mais com pacientes de uma fila do SUS.

Chega de bagunçar a mitologia que povoou a minha infância. Quero de volta os meus vampiros velhões, dentuços e vestidos como se fossem para um baile gótico. Não vou agüentar ver múmias com faixas de neoprene e lobisomens metrossexuais depilados, ok?

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quarta-feira, novembro 09, 2011

PARA ENTENDER CAETANO

Textinho meu publicado no site Papo de Homem explicando esse grande mistério universal que é Caetano Veloso. Cliquem aqui. 

Se você nunca entendeu quem é Caetano, leia. Se você é fã xiita do "Bardo do Agreste", não leia.

Aliás, se você é mesmo muito fã de Caê, se mate.

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quinta-feira, novembro 03, 2011

CADE VOCÊ, PRETA GIL?

Hora de abrir o coração: estou com saudade da Preta Gil. Ela facilitava a vida de um blogueiro a serviço da boçalidade, como eu. Era só abrir um site e tava lá uma noticia do tipo Preta Gil beija Glória Menezes na boca”, ou “Preta Gil fica entalada em porta giratória”. Não precisava nem fazer piada. Era só tascar a manchete.

Ela aparecia na TV e o Ibope acusava traço no ato. Ela não acertava uma sequer. Mas a mídia seguia dando atenção. Neguinho dava 3 estrelas por um disco que nem um monge em surto masoquista era capaz de ouvir inteiro. Preta Gil era uma tese ambulante sobre apadrinhamento cultural.

Sendo assim, aquele saco pelancudo de mediocridade me dava certa alegria. Era o exemplo perfeito de tudo o que eu abomino. Era o protótipo da total falta de noção, a prova de quão bunda mole é a nossa mídia. Agora ela compete com suas discípulas, tipo Mallu Magalhães, que aprendeu o truque de descolar atenção por meio de micos e declarações debilóides.  Mas não é a mesma coisa.

Preta anda quieta. E eu estou com crise de abstinência. Volta, Preta. Faz uma merda qualquer, só para matar saudade, tipo pintar quadros renascentistas da sua pança, ou posar para a Globo Rural, sei lá. Faz uma força, vai! 

PS: Nota sobre a criatividade dos títulos que ela dá aos seus empreendimentos: "Caixa Preta", "Pret a Porter"... Seu show atualmente leva o nome de "Noite Preta". E como vai se chamar a biografia? "A coisa tá Preta"? ??Respostas para a redação, por favor.

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terça-feira, novembro 01, 2011

OS NEO REVOLTADINHOS

Pode reparar, Juquinha: estão “babaquizando” as manifestações por aqui. São os revoltados de ocasião, que parecem movidos por intenções profundas, mas que são apenas “revolucionários do próprio umbigo”. Três ótimos exemplos ocorridos em uma só semana: 

-Mona Lisa Perrone: o ataque à jornalista global virou hit na Internet. Melhor que o vídeo é a entrevista do autor do ataque. Ele queria mesmo era divulgar um curta metragem que fez, parece. Na verdade, não dá para entender o discurso do cara.  Ele repete a ladainha óbvia da Globo como “império do mal” e se diz um sujeito politizado sustentado pela mãe. Em resumo: o cara quer “incomodar a Globo”, mas sequer consegue descolar da barra da genitora. Tem futuro, certo? 

-Câncer do Lula: as notícias sobre o câncer do Lula geraram uma grotesca onda de comentários maldosos na Internet. A reação de quem não gostou das brincadeiras foi intensa. Governistas e oposicionistas se confrontaram verbalmente em clima de Fla-flu. Um debate que, no frigir dos ovos, é oco e não muda uma vírgula a situação de ninguém. Serve apenas para todos exibirem engajamento. Deixem o homem se tratar. Se houvesse tanta paixão para se manifestar a favor de objetivos concretos, o país seria outro, confere? Pois é, mas ficamos no Fla-flu. 

-Quebra-quebra na Usp: PMS tentam enquadrar três alunos que fumam maconha. Outros alunos não gostam da ideia. A coisa descamba para uma batalha campal. PMS falam grosso. Alunos jogam um cavalete. Depois, bidu, tomam pau (ah, vá!). Uns querem a PM fora da Usp, como se a universidade fosse uma espécie de zona desmilitarizada igual à que existe entre as duas Coréias. Outros querem que ela continue o policiamento. Falta explicar: a polícia não pode fazer “meio policiamento”. Se ficar por lá, vai ter que cumprir a lei que envolve, gostem ou não, enquadramento de quem fuma “unzinho”. A legislação sobre maconha é anacrônica - fato. Mas se é para mudá-la, então enfrentem políticos e juristas, que vivem cercados de segurança. Ok, xingar PM é mais fácil, não é?

E vale um adendo para esse caso: tem gente que acha que ”maconheiro tem mais é que apanhar” (mas advogado que cheira uma carreirinha, não, certo?). Por outro lado, alunos penduraram um cartaz dizendo Os policiais não são trabaliadores (SIC). São o braço armados (SIC) dos exploradores”. Crianças, me desculpem, mas tomando pipoco de traficante e ganhando mal, PMS são muito mais trabalhadores do que certos playboys que estudam de graça (sem realmente precisar) e usam sandália de couro para dar um ar “engajado”, mas adoram a vaga garantida na casa de campo do papai executivo de finanças. Como? A FFLCH forneceu grandes pensadores? Ótimo. E a Alemanha nazista forneceu grandes cientistas, também. Olha só que coisa: pode ter gente babaca e legal num mesmo lugar.    

Sabe o que eu acho? Que está sobrando garganta e faltando razão nesse nosso quintal. Muito rebelde sem causa, que se revolta contra moinhos de vento, como Dom Quixotes tapuias. Preferem se rebelar contra alvos óbvios (Globo, ex-presidente, PMS, McDonald´s, etc.), porque dá ibope, rende fotinho. Sério, quem os alunos da USP pensam que são com as camisas enroladas em torno da cabeça? Guerrilheiros zapatistas? Qual é a função de torcer pela morte de Lula? E empurrar jornalista vai valer para quê? Alguém me explica? 

Simples assim: é mais fácil aplacar a nostalgia de uma rebeldia que nunca tiveram com manifestações inócuas e sem foco como essas. Porque se rebelar com o papai que paga as contas não rola: papai corta a mesada, né? 

PS 1: se é para partir pra violência, que seja por algo que valha a pena. Ouvi falar que o Restart esta com disco novo. E aí? Como é que fica?

PS 2: eu jurei que não ia fazer muito post sério sobre assuntos de tons políticos. Mas, tasquipariu, esse país tá ficando tão boçal que eu “num guento”.  

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quarta-feira, outubro 19, 2011

EU QUASE DEI DINHEIRO PARA ELES

Eu tenho o azar de morar em um bairro que é um viveiro de artistas e culturetes – aquele povo que vai à feira e leva uma câmera de vídeo para registrar “a cultura popular” (eu já vi essa cena umas 3 vezes, juro.). Volta e meia eu trombo com uma figurinha carimbada no supermercado.

Não, nunca é alguém legal, com alguma contribuição para a humanidade, tipo um cientista. Na maioria das vezes é um poeta “vanguardista” ou a Lady Lu (é sério). E neste fim de semana tive um susto: vi Marcelo Camelo e Mallu Magalhães na seção de pães.

Eu perguntei aos céus onde estava aquela bazuca que eu sempre pedi de presente, mas nunca ganhei. Tentei não encarar para ninguém achar que eu era fã. Mas a cena era tão bizarra que eu tive que olhar umas três vezes para me certificar.

Camelo parece aquele hippie que vive de fazer tererê na av. Paulista. Andando curvado, com uma jaqueta velha e olhando obsessivamente os rótulos (esse povo deve ser macrobiótico, macrobiruta, essas coisas), tinha um ar de zumbi. Pensei em ligar para um hospital para ver se algum paciente tinha fugido. Mas me contive.

Mallu estava vestida como uma aluninha de escolinha de artes, toda colorida, como se a estante de um brechó houvesse caído sobre ela. Fazia o estilo “Capricho ensina você a ser moderna”. E usava um inacreditável par de tranças fininhas. Para piorar, ela andava pelas prateleiras com aquele ar de “poetisa observando os mortais”, olhando para os lados para ver se alguém estava registrando seus passos para a posteridade. Engraçadíssimo.

Não quis dar atenção à cena, mas Mallu passou beeeem devagar por mim e minha esposa, provavelmente esperando que eu desse um pulo e pedisse um autógrafo. Nós continuamos a debater sobre croissants e  bolos, sem dar trela. Acho que ela deve ter ficado frustrada. Aposto como Camelo teve que dar Toddynho para acalmar a guria.

Por impulso, eu quase peguei minhas moedas para dar pra eles. Já vi casais menos lesados em algum cruzamento, fazendo malabares. Da próxima vez eu compro um tererê deles.  

PS: Mallu esta virando a Preta Gil deste blog. Não tenho culpa, ela sempre faz uma merda, como dar essa entrevista, enviada pela leitora Patrícia http://migre.me/5Xe4i (falaremos a respeito em breve!).

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sexta-feira, setembro 30, 2011

VOU TOSTAR

Juquinha, pausa para um micro período de férias. Vou ficar uma semana sem atualizar esse humilde blog. Meu cérebro esta fritando e a recomendação médica é ficar olhando o mar batendo na praiaé bonito, é bonito.

Não precisa ser bidu para adivinhar o que vai acontecer durante minha ausência: o Rock In Rio vai dar mais vexames, Sandy vai dar mais uma declaração “escandalosa” e o Sarney vai continuar firme e forte, olha só que coisa, não?

Daqui uma semana eu volto. Mais tostado e provavelmente mais boçal. Comportem-se. Porque eu não vou me comportar.

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terça-feira, setembro 27, 2011

OS MORTOS E OS VIVOS DO ROCK IN RIO.

 Este Rock in Rio promete entrar para a história. Não pelas atrações, mas pelos micos. Confira comigo, Juquinha: 

-Abertura: quem foi o jeca que teve a ideia de fazer aquela abertura com texto piegas e locutor de convenção de vendas? Parecia tudo: a entrega do Oscar, ou a premiação da Votorantim. Menos um festival de música. Sua avó deve ter achado lindo. 
-Milton Nascimento: já ficou para história como o pior assassinato musical das últimas décadas. Sem um décimo da  voz de Fred Mercury  e com animação de tiozão em dia de exame no geriatra, Milton soterrou “Love of my life”, do Queen. Colocar Milton para emular o vocalista do Queen equivale a chamar a Mallu Magalhães para imitar Ella Fitzgerald. 
-Claudia Leite: ok, podem chamar cantora de Axé para o festival. Mas deixar a infeliz fazer cover de Chico Science, já é um pouco demais. 
-Entrevistas: se faltava rock no palco, faltava cérebro nas áreas vips. As entrevistas da TV envolviam só gente “entendida” em música, como Ana Maria Braga (falando com a língua enrolada, não sei se por bebida ou por excesso de botox) e Suzana Vieira, que queria ver o Red Hot Chilli “Pop” (SIC). E para abrilhantar, teve a Cristiane Torloni manguaçada. Nem em churrasco “de firma” vi tanta bola fora.  
-Assaltos: em dois dias já se acumulavam  mais de 100 boletins de ocorrência. E a empresa de segurança fazendo cara de paisagem. Lembrando: este é o país que vai sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, ok? 
-Odor: fãs ficaram incomodados com o inebriante odor dos banheiros. Pior que isso só o show do Ed Motta.

Se algum dos shows prestou? O único que eu gostaria de ver: Mike Patton cantando música italiana com a orquestra de Heliópolis. O resto é pipocão para as massas. Nada contra, mas pagar para tomar pisão e ver Rihanna eu não acho um grande negócio.

Qual é o resumo disso? sei lá. Só sei que se Cauby Peixoto e o Parangolé forem convidados para o próximo Rock In Rio e o PCC for chamado para fazer a segurança eu não vou estranhar. 

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quinta-feira, setembro 22, 2011

PORQUE EU NÃO VOU AO ROCK IN RIO

O povo me pediu para escrever sobre o Rock in Rio. É difícil escrever algo mais engraçado que a união de Milton Nascimento e Ed Motta em um festival com “Rock” no nome. Mas de um evento que se chama “Rock In Rio” e que já foi realizado em LISBOA a gente pode esperar tudo, menos coerência, confere?

Festivais como esse me lembram um rodízio chinfrim de carne, com a diferença de que TODAS as opções são obrigatórias: você vai pra comer picanha, mas é obrigado a engolir beterraba e jiló primeiro. No final, com sorte, vem um fiapo de carne. Ressecado. Só isso reflete, remotamente, a sensação de quem vê Claudia Leite antes de Elton John.

E esse rodízio tem um barman, no mínimo, esquizofrênico. As misturas de convidados prometem dores de cabeça de proporções épicas. Monobloco com Pepeu Gomes? Erasmo Carlos com Arnaldo Antunes? As escolhas foram conscientes mesmo ou foi tudo um lance de “joquempô”? Porque nem vodka barata com benzina daria uma ressaca pior.

O Rock In Rio já promoveu micos históricos, como o show em que Carlinhos Brown foi recepcionado com uma chuva de garrafas de água (vale rever esse momento histórico de justiça musical aqui). Deviam convidá-lo novamente e deixar o público terminar o serviço. Dessa vez com uma bazuca, quem sabe? Aposto como seria o momento mais legal do festival. 

Ah, sim, e estão fazendo campanha para promover  um Rock In Rio "sem drogas". Não boto fé. Na hora em que bater o desespero vai ter gente querendo enrolar o Nx Zero e acender. Pode ser que cause algum efeito.

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terça-feira, setembro 20, 2011

NOSSOS EMPRESÁRIOS SENSÍVEIS – E BUDISTAS

Na semana passada, São Paulo foi palco de uma experiência bizarra: centenas de empresários se reuniram para ouvir uma palestra do Dalai-lama. O título da palestra? Saca só: “Nova consciência nos negócios – valores para um mundo sustentável”. 

 Os empresários tentaram de todo modo arrancar alguma dica "prática" do monge. Queriam saber sobre “competitividade e consumo”. Mas o velhinho insistiu em condenar o egoísmo e valorizar o altruísmo.Mais esdrúxulo que isso só uma convenção do PCC para debater justiça.

Juquinha, aprenda: para 99% dos empresários, sustentabilidade  não é um valor: é uma commoditie. Vale a pena ter apenas porque pega bem. Senão, os pandas que se lascassem.

Acho divertido essas grandes empresas que preservam o Mico Leão Dourado, cuidam de meia dúzia de crianças carentes, mas favelizam seus próprios funcionários. O mico agradece. Mas o Durcicleyton da manutenção deve estar meio puto. Ninguém fica feliz ao receber menos atenção que um maldito macaco cabeludo.

No fundo, os empresários da palestra não queriam mudar o jeito de viver. Queriam apenas a benção de um guru. Podia ser o Dalai-lama, um bispo ou o chefe dos escoteiros. Só precisavam de um descarrego neoliberal para aliviar a alma. Um carimbo na testa atestando“Vi o Dalai-Lama, agora posso voltar a especular na bolsa sossegado”.

Já posso ver Ceos de multinacionais deixando de lado os seus ternos Armani para vestir túnicas e cuidar de bonsais em jardins da periferia. Vai ser lindo. Talvez até role umas fotos para enriquecer o blog da companhia.

Resumo da história? Acredito tanto em empresários conscientes quanto em tubarões vegetarianos.

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sexta-feira, setembro 16, 2011

A EVOLUÇÃO FALHOU.

Tem gente que não gosta da ideia darwinista de partilharmos um ancestral comum com os macacos. Olhando para muitas pessoas que me cercam, acho que ser descendente de algo parecido com o macaco até seria lucro. Basta olhar para Latino, Datena e 90% dos cantores de axé para desconfiar de que descendemos de algo bem pior. Eu apostaria seco nas planárias ou nos moluscos.

Não dá para acreditar que estejamos “evoluindo”. Quer dizer que o homem inventou a roda, o fogo, enfrentou a era do gelo e a peste negra na Idade Média só para usar Crocs e ouvir Luan Santana no celular? Deve ter macaco envergonhado.

Tente entrar em vagão do metrô na estação da Sé (em São Paulo) às 18h para ter uma perspectiva bem diferente da “evolução” do homem. Já vi cabritos mais educados do que esse povo. 

Talvez tenhamos atingido um ápice e agora estejamos regredindo. Talvez o auge tenha sido na Renascença. Ou no lançamento de algum disco do Frank Sinatra. Não sei ao certo. Depois disso não soubemos mais para onde ir. E aí decidimos retroceder. Estamos evoluindo ao contrário, voltando ao estado de amebas. Só que dotados de Ipads.

Não sei se somos descendentes de alguma coisa. Mas se formos, acho que devemos desculpas. Eu odiaria ser o responsável pela espécie que inventou a pochete, o guaraná Dolly e nos deu o Justin Bieber. Alô, invertebrados, qualquer coisa, nos perdoem, ok? Tentem com outra espécie. Quem sabe os golfinhos?

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sexta-feira, setembro 09, 2011

MINHA PRIMEIRA MALLU

Todo mundo tem uma tia velha que adora mostrar fotos e vídeos dos seus filhos. É aquela coroa que registra cada minuto de vida do seu pimpolho para mostrar “que ele esta crescendo”. São toneladas de banalidades: “Aqui tem ele chorando”. “Agora é ele fazendo cocô no penico”. É tudo infernalmente chato e igual (todo moleque faz cocô do mesmo jeito, correto?). Mas ela acha lindo de morrer assim mesmo.

Marcelo Camelo é a tia velha da vez. Ele agora deu para fazer vídeos mostrando as banalidades de Mallu Magalhães. Veja Mallu tomando ônibus ( “Viu como ela é grandinha?”). Veja Mallu costurando (”Olha como ela é prendada”). Enfim, veja que coisa fofa:


Como estamos falando de Camelo, não poderia ser um vídeo qualquer. Tem que ser em P/B, com direito a pianinho desafinado (sério, você notou?) e uma imagem “poética” de uma pomba solta na praça, só para dar aquele ar de “Goddard” que todo vídeo pretensioso precisa ter.

O vídeo comprova que, para Camelo, Mallu não é uma namorada. É, tipo assim, sua “primeira netinha”, ou coisa do tipo. E ele quer mostrar que Mallu esta crescendo. Que já é “mocinha”. Fofo, não?

Ok, mas vamos combinar uma coisa, Camelo? Quando a Mallu aprender a usar o penico, não precisa mostrar, beleza?

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terça-feira, setembro 06, 2011

GISELE, VOLTA PARA A PASSARELA!

Modelo devia modelar. Ponto. Sem essa de virar atriz, cantora, etc. É simples: basta rebolar na passarela, fazer cara de cu e pronto. Mas tem modelo que faz pior. Insiste em “contribuir com a sociedade”. Dá sempre merda.

É o que dá para prever vendo a última empreitada de Gisele Bündchen: ela virou super heroína em desenho animado do Cartoon Network. Ela vai (surpresa, surpresa...) defender o meio ambiente junto com o “Green Team”.

Sentiu um cheiro forte de mico estratosférico no ar, Juquinha? Então veja a chamada abaixo. Tente não vomitar quando ela diz “viva o verde!” Eu não consegui. Meu café da manhã tá todinho no puff de casa.


Defender o planeta dos “maiores vilões”? Tipo assim, não seriam Kadafi, Ricardo Teixeira e o cara que inventou o Nextel? Cuidar de pessoas miseráveis? Nem pensar. Macaquinhos são mais fofos, certo?

Meio ambiente: o melhor detergente de consciências da atualidade.

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sexta-feira, setembro 02, 2011

VOCÊ ESTA "INDIGNADINHO"?

Eu nunca entendi esse lance de convocar congressistas para votarem processo de cassação. Jaqueline Roriz foi “absolvida” pelo congresso, apesar das provas em vídeo. Chamar deputados para julgarem a conduta de outros deputados é como chamar traficante para julgar o Marcola. Não vai dar certo nunca.
Roriz falou o que ninguém quer ouvir: “Eu já fui absolvida pelos meus eleitores”.  Verdade. Teve Mané que votou nela. E que votaria em Maluf e Collor se morasse no estado certo. Jaqueline Roriz é o presente que recebemos por termos um povo songa-monga.
Agora não adianta sair por aí, revoltado, dizendo que “precisamos limpar o Brasil”. Melhor do que convocar a diarista para fazer a limpeza é maneirar na bagunça. Tem um monte de manifestações contra a corrupção armadas para o feriado de 7 de setembro. Pelo jeito, vão ter que colocar um semáforo especial na av. Paulista para controlar o fluxo de passeatas. Isso, claro, se algumas delas vingar de verdade. Se fizer frio aposto como não vinga.
Do outro lado, tem gente indignada com a “insistência” da imprensa em falar de escândalos e do cai-não-cai de ministros. Reclamam que a Imprensa esta “tentando pautar o governo”. Queridos, se a imprensa esta “pautando” o governo é porque alguém esta deixando de fazer o seu trabalho. A tarefa dos jornalistas é essa mesmo: apontar para a barata que apareceu no banquete. Mesmo que isso revolte o anfitrião.
Se eu vou participar das manifestações? Talvez. Pelo menos é melhor do que ver desfile de ambulâncias. Enquanto você decide se esta indignado ou não, leia um texto bacana do jornalista André Barcinski (um dos poucos jornalistas com culhão que restaram) que defende a tese: "Só a bandalheira nos une" 
PS 1: ah, sim, Dilma disse que o uso de algemas na prisão de suspeitos é “um acinte”. O acinte deveria ver ministros em larga escala envolvidos em escândalos, confere?
PS 2: Titio pede desculpas por deixar o blog parado. Se tudo der certo, semana que vem voltamos à programação normal. Tem disco novo do Chico, não tem? Pois é.

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sexta-feira, agosto 19, 2011

MEU ENSAIO SENSUAL

Juquinha, para ter fama nesse país é preciso publicar um ensaio sensual. Qualquer pitchula com QI de bidê consegue mais repercussão abrindo as pernas do que um intelectual escrevendo. Então decidi apelar também. Aqui vai o meu polêmico, aguardado e sensacional ensaio sensual.

Como manda a tradição, tirei as fotos em algum lugar “exótico”, frequentado por bacanas. Como estávamos em pleno inverno, a fotógrafa decidiu ambientar o ensaio na Riviera dos playboys paulistas: Campos Do Jordão, aquele lugar onde nego come fondue e sonha estar em Aspen.

O problema é que com um frio de 2 graus não deu para tirar muita roupa. Mas o ambiente deu um certo glamour. Saca só a névoa, a lareira, e a minha cara de constipado. E a foto comigo tirando a luva, não sei, me pareceu um ato de subversão estético-linguístico. Uma merda dessas. Obra de arte, cara. 

E para causar mais impacto, convidei os maiores poetas do Brasil para escrever as legendas. Coisa fina.

“Walter é Iansã, luar de manhã, noz pecã.
Marujo do mar, sonrisal de amargar, eu quero mais é rosetar.
Açaí, berinjela, ponho meu carro na banguela.
Samurai a toa, bêbado na canoa
DJAVAN


“Walter/ Wal. Ter um wal.
Wal-ter/ Ter/ Temer/ Meter
Me ter/ Me quer/
Mal me quer, bem me quer.
Cidade.
ARNALDO ANTUNES

“Quando tive dor, eu chorei
Quando tive diarréia, defequei
Quando fiquei enjoado, babei
Quando me perguntaram, eu disse: não sei”
Pra quem eu to escrevendo essa trolha mesmo, gente?
CHICO CÉSAR

“Gosto muito de te ver, Walterzinho
Escrevendo essas merdas sob o sol"
CAETANO VELOSO
Morda-se de inveja, Galisteu!

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sexta-feira, agosto 12, 2011

GALISTEU E SANDY NA PLAYBOY. E DAÍ?

As bancas foram inundadas pela Playboy com o novo ensaio de Adriane Galisteu, “o ensaio mais aguardado do ano”. Aguardado por quem eu não sei. Uma magrela com shape de espiga de milho e rosto eqüino? Por que esse interesse? Ela é apenas uma loira que fez nheco-nheco com Senna.

Honestamente, Juquinha, não há nada de especial nela. Conheço ladrilhos mais interessantes que ela). Mas muitos marmanjos querem saber “como é o corpo da mina que meu ídolo traçou”. Bizarro, mas é isso aí.

Ela tem programa de TV? Grande coisa. Hebe Camargo também tem - quer ver a buzanfa dela, também? Essa mania de botar gente que “conquistou algo" já nos trouxe a Playboy da Hortência, um “epic fail” inesquecível (sem falar no "conto erótico de Regina Duarte" - comprove a chamada de capa no link). 

Mas o mais legal é que, pela primeira vez, dizer “comprei a Playboy para ver a entrevista” vai servir de desculpa, já que a revista também traz a “polêmica” entrevista em que Sandy diz ser possível “ter prazer anal”. Ela faz outras revelações “chocantes”: sim, ela faz strip-tease para o marido e, oh!, defende a masturbação. Anote aí: ela ainda vai revelar que descobriu que os bebês não vêm da cegonha.

Que tal parar de tratar a guria como se fosse uma piveta? É, eu sei, ela também não ajuda: vive incentivando o mito eterno da garotinha-perfeitinha-que-o-papai-criou. Tá na hora de tatuar um palavrão na nuca e largar esse estereótipo, que tal? Ou fazer um ensaio sensual mostrando os joelhos. Pura ousadia.

Ah, sim, você é da turma da mão peluda e quer ver as fotos da Galisteu? Clique aqui. Vale a pena ver pelo lado cômico: além das fotos dignas de contorcionista, tem fotos que tentam criar um fetiche em torno da modelo: close da plantas dos pés (juro) e uma foto asquerosa em que ela come macarrão com a mão (ah, homens e seus fetiches por carboidratos!). Sinceridade? Tenho fotos da minha samambaia mais sensuais do que isso.

E aí? Quando sai a Playboy com a Aretuza?

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sexta-feira, agosto 05, 2011

VEM AÍ: ENSAIO SENSUAL

Sobrinhos, sem post nesta semana. Titio andou trabalhando muito. Não sou como o Eike Batista, que perdeu quase 2 bilhões na bolsa e ainda tem grana para comprar toda a Tanzânia. Titio tá com olheira e não quer falar de Sandy dando o rabicó, essas coisas mundanas.
Mas vim para dar uma notícia bombástica: vem aí o meu ensaio sensual. Eu sei que sou péssimo para cumprir minhas promessas, mas agora vai. As fotos ficaram ó-te-mas. Meu ensaio vai roubar as atenções da Playboy da Galisteu. Que, por sinal,  é uma magrela bem sem graça, concordam? Vocês não perdem por esperar.
Ps: Sem espaço para comentários hoje. Se quiserem me xingar ou mandar cobrança, comentem nos posts antigos!

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sexta-feira, julho 29, 2011

QUEM PRECISA DO LINGERIE DAY?

A turma da mão cabeluda deve ter comprado um estoque extra de Prestobarba ontem. Tivemos mais um #lingerieday no Twitter. Você sabe o que é isso, né, Juquinha? Meninotas usando lingerie na Internet. Quanta ousadia, não?

A última vez em que eu vi gente excitada com fotos de lingerie foi nos anos 70: a molecada esperava o catálogo de sutiãs da Sears para ver uma coxa. Compreensível: a Playboy não exibia pelos pubianos. Vida dura, sobrinhos.

Parece uma coisa modernex, de gente antenada, certo? Mas, convenhamos, é apenas uma forma de marmanjos espinhudos verem na Internet o que não conseguem ver na vida real. Toda uma enorme mobilização só para ver os umbigos das pitchulinhas. Bravo! Mas, olha só: tá faltando cofrinho e dobra de peitinho? Vai pra praia, negada!

O que as meninas acham? "É massa". É a chance de realizar um sonho: fazer pose de ensaio da Playboy. E ficar com cara de “Brasileirinhas”. Nada melhor para elevar a auto-estima do que imaginar 30 garotos sebentos babando pelo sua foto. Um alívio sensual para essa manezada que passa 24 horas jogando Warcraft e "xingando muito no Twitter".

Mas o evento é bom negócio na busca por acesso. A leitora Barbiezinha explicou o fenômeno com  precisão: “É trocar centímetros (de pele) por centenas (de followers)". As pelancas da Gretchen comprovam: homens na secura transformam qualquer estria em sucesso. 

Meninas, parcelem as compras na Marisa e façam aquele biquinho de enjoadinha em cima do colchão da Marabrás. Força na estria, em breve tem mais. E por que você, garotão, ficaria fora dessa? Solte a pança com aquela tanga de crochê. O Caetano usou e adorou. Vambora fazer o #cuecãoday? Ou o #depijamacomendodoritosevendojosoares, que tal?

Sim, a Internet é cheia de modinhas. A última é imitar corujas. Maneiro, não é?

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terça-feira, julho 26, 2011

DEIXEM A AMY EM PAZ

Ok, Amy Winehouse morreu. Quer saber o que eu acho dela? Leia esse post aqui. De resto, mais triste que a morte é a cobertura do assunto.  Conservadores de plantão e apologistas da droga se debatem para ver quem tem mais direito de usar a falecida como mártir de suas causas.
De um lado, aquele povo que "precisa" alertar a juventude sobre os descaminhos dessa gente doida da música pop, com suas drogas, etc. Mas Keith Richards e Ozzy estão aí para dizer que os que morreram cedo fizeram, no mínimo, algo de errado – eu jamais gostaria de ser um zumbi balbuciante como o Ozzy, mas que ele esta vivo, esta.
Do outro lado, um povo afirmando que Amy tinha um estilo de vida próprio e que sua morte não tem nada a ver com droga. Só se esquecem de analisar o fato simples: morrer não é opção de ninguém. Amy não tinha “um estilo de vida” Tinha um problema de saúde.
Ninguém tem que dar opinião sobre Amy. Ela morreu, não aguentou o tranco. Ponto. Chamem os psicólogos para analisar o caso, mas evitem dar chutes para criar “lições” de vida ou moral. A livraria tá cheio e livros de auto-ajuda idiotas com esse tipo de material.
Na verdade, o pior mesmo é ver jornais e sites abrindo espaço para publicar os comentários de “celebridades”. A Folha de São Paulo trouxe pitacos de Pity e Preta Gil. Vejam só como estamos: usam a  Pity como referência de “artista rebelde” e Preta como exemplo de “cantora”. Céus, se Jim Carrey morrer quem vai comentar? Bruno Mazeo e Didi?
Tem gente mais podreira e escrota que a Amy que está cantando de profeta. Menos hipocrisia e sermão, por favor.

Lembrando: Mozart e Beethoven também eram da pá virada. Se não eram overdoses ambulantes como Amy, também nunca foram as pessoas mais sãs do mundo. Vão usá-los como exemplo de moral, também?

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sexta-feira, julho 22, 2011

BODES, CABRAS E UM JOÃO KLÉBER


Sobrinhos, me digam: em que planeta você selecionaria (para qualquer coisa, entendam) gente do naipe de Marlon, Dinei e Valesca Popozuda? A 4ª edição de “A Fazenda” esta subvertendo a ideia de “selecionar candidatos”: é como criar um vestibular e escolher os últimos colocados.
Nem no Animal Planet você vai encontrar uma seleção de animais mais estúpidos do que esses. A Fazenda consegue ser pior do que BBB: são subcelebridades que acreditam que JÁ SÃO famosos. Misericórdia...
Quem é Duda Yankovich, meu Deus? E como assim, Gui Pádua? De que rodapé da Revista Caras saiu essa escumalha de modelos e ex-namoradas? Se fosse um boi eu estaria indignado em ser coadjuvante desses quadrúpedes.
E esta edição nos fez o favor de reviver o “humorista” (descrição que li em um site) João Kléber, que há anos se refugiou em Portugal (se você tinha dúvidas sobre a inteligência dos portugas talvez essa seja a prova definitiva). E estão chamando Bruna Surfistinha de “escritora”. Ok, e Cumpadre Washington é o quê? Poeta?
A Fazenda consegue a façanha de ser uma competição em que o mais escroto sai vencedor (Dado Dolabella ganhou a primeira edição, preciso dizer mais?). E dessa vez temos novas regras para evitar que os barraqueiros sejam eliminados mais cedo. Estão até trazendo alguns ex-participantes “da pesada”. Monique Evans já esta de volta ("geeenteemmm..."). É como premiar presidiários por mau comportamento.
Quem é o melhor dessa turma? Putz, sei lá. Posso votar em um porquinho?

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terça-feira, julho 19, 2011

EU SOBREVIVI À ESTRÉIA DO NOVO HARRY POTTER

O cinema é mesmo incrível. Faz a gente esquecer que é um animal racional. Quando vi Titanic tinha gente torcendo para o navio não bater no iceberg. Juro. O navio ia virando para escapar da batida e neguinho ficava gemendo: “Vai...vai...” Deu vontade de gritar “Vai pra onde, cara pálida? Não te contaram que morre todo mundo!?
Fãs de Harry Potter também curtem perder a cabeça. Eu nunca fui fã do bruxinho. Na primeira vez em que me falaram para ver um filme cheio de gente com “varinhas mágicas”, eu pensei que era um filme pornô. Mas topei ver a estréia do último episódio. E sobrevivi. Não sei como.
Duas horas antes do filme começar já tinha umas 30 pessoas na fila. Um povo esquisito com capas e cachecóis num dia de 20 graus centígrados. Em meia hora a fila ficou abarrotada. 15 minutos antes da sala abrir, duas garotas na minha frente davam pulinhos: “Vai abrir, vai abrir!” Crianças de 10 anos? Não: elas tinham pelo menos 20 anos.
Quando o bilheteiro liberou a passagem, todo mundo saiu correndo, gritando e atropelando, como touros espanhóis. As pessoas se estapeavam para escolher o melhor lugar. E durante o filme, um festival de gritinhos ansiosos de gente torcendo, mesmo sabendo a história de cor. “Vai...vai!” Deviam ser filhos daquele pessoal que viu o Titanic e se surpreendeu.
Os fãs choram ao ver o filme. De soluçar. Uma senhora do meu lado (60 anos, no mínimo) fungou por uns 40 minutos. É legal descobrir que filmes ainda emocionam as pessoas. O povo aplaudia, vibrava. Só estranhei quando vi gente perguntando “O que vou fazer agora, depois do fim da saga?”. Sei lá. Que tal, tipo assim, “viver”?
Entranhei um bocado os personagens, mas curti. É tudo meio esquisito. Os professores da escolinha são feios, velhos e deformados. E, mesmo assim, são professores mais normais do que aqueles que eu tinha quando era moleque. E os personagens andam de vassoura! Por que não usam um aspirador? Ou, sei lá, um vaporetto?
Eu entendo o sucesso de Harry Potter. Ele leva mesmo as pessoas a um mundo de fantasia. Imagine: um bando de adolescentes no auge dos hormônios e ninguém dá nem uma pegadinha? A platéia urrou entusiasmada quando uma dupla de bruxinhos se beijou – finalmente, depois de 7 FILMES! Na vida real os dois já estariam no 3º aborto.
Ah, e finalmente vão fazer uma versão pornô de Harry Potter. Com tantos anões, varinhas e animais “mágicos”, eu acho que até demorou para alguém sacar a ideia. Estou louco para ver. Talvez aí eu entenda alguma coisa.

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